MARCELO ODEBRECHT PODE ADERIR À DELAÇÃO PREMIADA PARA NÃO FICAR ISOLADO

Marcelo OdebrechtCom o crescente número de acordos de delação premiada sendo assinados em relação à Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht começaram a olhar para esta possibilidade com menos distância. Principalmente em função de haver poucos empreiteiros ainda sem terem assinado acordos. O presidente da empresa, a maior do país no setor de engenharia, Marcelo Odebrecht (foto), atualmente preso em Curitiba, pode seguir esse caminho em breve para não ficar isolado em relação às revelações já feitas por outros executivos.

O jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem nesta quinta-feira (6) indicando que o tema já tem sido tratado em conversas internas, de caráter reservado, na cúpula da Odebrecht, inclusive com a participação do pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, que também estaria preocupado com a possibilidade de o filho acabar ficando para trás na lista de delações, restando pouco a acrescentar aos investigadores. Caso isso ocorra, os benefícios de um acordo de delação seriam menores do que se ele se adiantasse neste processo.

Outra preocupação é o resultado das primeiras condenações que começaram a sair, indicando penas duras. O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, por exemplo, foi condenado a 16 anos de reclusão, em decisão divulgada na quarta-feira (5), e é outro apontado como possível futuro colaborador das investigações, numa tentativa de abrandar a pena. Isso deixaria Marcelo Odebrecht e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, isolados na linha dos que ainda negam o esquema de corrupção envolvendo contratos da Petrobrás. Apesar disso, oficialmente a defesa do executivo nega a possibilidade de delação.

Outros dois acordos de delação premiada que começaram a ser negociados também nos últimos dias foram o do lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema, e do ex-diretor internacional da Petrobrás Nestor Cerveró. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, os dois começaram a negociar com a Procuradoria-Geral da República em relação a informações relevantes envolvendo nomes do partido, que também teria indicado Cerveró para a diretoria. No entanto, os advogados dos dois se dizem contra a delação.

É a mesma postura que defendia o advogado do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, mas na quarta (5) também foi dado um passo significativo no processo de delação premiada dele, antecipado pelo Petronotícias na semana passada. Duque foi ouvido por duas horas em Curitiba, ainda como candidato ao acordo de delação, que precisará ser aprovado pelo Ministério Público Federal.

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