MEMBROS DA OPEP ESTIMAM EXCEDENTE DIÁRIO DE 2 MILHÕES DE BARRIS DE PETRÓLEO

Suhail-al-MazroueiRepresentantes de diversas áreas dentro do mercado de energia estiveram reunidos em Abu Dhabi para um fórum sobre o tema neste final de semana. Um dos assuntos mais comentados do evento foi o excedente diário de dois milhões de barris de petróleo produzidos, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A estimativa é bastante diferente dos números registrados em setembro pela Agência Internacional de Energia (AIE), que afirmou serem produzidos diariamente 540 mil barris de petróleo por dia.

Representantes de monarquias petrolíferas do Golfo sabem apontar qual a razão para o atual valor do petróleo, em queda desde junho, valendo hoje apenas 50% do que seis meses atrás. O ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail-al-Mazrouei (foto) afirmou que os países não membros da Opep devera parar com sua produção irresponsável, cujo excesso está prejudicando o setor petrolífero.

No último mês, a Opep decidiu, em sua reunião anual, manter sua produção de 30 milhões de barris por dia (bpd) inalterada, apesar dos seguidos pedidos da Venezuela, que vem sofrendo com a queda nas cotações, já que sua principal fonte de renda é justamente o setor de petróleo.

Segundo o ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Nuaimi, a manutenção da produção atual da Opep irá impulsionar o crescimento econômico e a demanda global por petróleo. “Os preços atuais não incentivam o investimento em qualquer forma de energia, mas estimulam o crescimento econômico global, o que levará, em última instância, a um aumento da demanda”, afirmou Al-Nuaimi.

Não é tarefa das mais difíceis entender as razões que levam as monarquias petroleiras a condenar os países não-membros da Opep como vilões. Nos últimos anos, o mercado petrolífero passou por mudanças, como a entrada de novos atores, por exemplo, o gás não convencional americano.

Os Estados Unidos estão registrando seu maior nível de produção das últimas três décadas, e ainda irá alcançar produção recorde nas próximas décadas, segundo especialistas. Os membros da Opep objetivam a queda do valor do petróleo, para tornar economicamente inviável a produção americana. Dos países membros da Opep, além da Venezuela, somente o Irã sofre com a decisão da organização, já que os demais podem uportar um preço deprimido por um longo período, o suficiente para afastar potenciais investidores dos rivais americanos e garantir a médio prazo uma recuperação consistente das cotações nos mercados internacionais.

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