MPE VAI FAZER AS TUBOVIAS PARA O COMPERJ

A MPE fechou contrato com a Petrobrás para fazer o projeto, a construção civil, e a montagem das tubovias no trem 1 do Comperj. A empresa também tem contratos parecidos para a Repar, no Paraná, e a Recap, em São Paulo, onde além das tubovias, esteve à frente da parte instrumental e elétrica das obras. O diretor comercial do Grupo MPE, Tadeu Maia, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou do projeto.

O que está no contrato assinado com a Petrobrás?

É um contrato de R$ 731 milhões, para ser executado em 39 meses, em que faremos a interligação de todas as unidades do trem 1 do Comperj. O acordo inclui a construção civil e a tubulação da refinaria.

Quais são os maiores desafios do projeto?

O maior desafio é a logística e a interface com todos os outros projetos. Porque nós faremos a interligação de todas as unidades que serão construídas na planta de refino, e teremos uma interface com todos os contratos. Em função disso, a nossa engenharia, na hora do projeto, vai ter que consultar a engenharia de cada unidade para saber onde termina a parte deles e onde começa a nossa. É o que chamamos de limite de bateria.

Quais são as particularidades do contrato?

É uma exigência contratual que todos os cortes de tubo e todas as soldas sejam feitas de modo semi-automático, através do corte com biseladeiras, e toda parte de solda com maquina de solda orbital.

Por quê?

Na solda normal é um soldador que faz o trabalho, enquanto que dessa forma é um equipamento específico, manobrado por um especialista em solda, que fará o serviço. Essa escolha se deu porque o rendimento é maior, a solda é de melhor qualidade e reduz a quantidade de gente na refinaria, o que é um problema sério, pelo grande número de contratos e de projetos no local simultaneamente.

A tubulação será fornecida a vocês?

Nós ficamos responsáveis pela tubulação com menos de seis polegadas de diâmetro para aço carbono, que serão cerca de mil toneladas, e com toda a parte de aço inox, que deve chegar a 700 toneladas, enquanto toda a tubulação de maior diâmetro será de fornecimento da própria Petrobrás. Ela fez cinco contratos para compra de tubulação, três já foram assinados e dois estão em vias de ser fechados.

O que o contrato representa para a empresa?

É hoje o projeto mais importante se iniciando aqui na MPE, que vai fazer uma diferença de conceito. É de uma importância vital para o Comperj e a Petrobrás passou a responsabilidade para o nosso grupo.

Quais os principais contratos recentes da MPE?

Na Repar, estamos fazendo todo o offsite, que é a interligação entre as unidades da refinaria, envolvendo as tubovias e toda a instrumentação e elétrica da planta. Na Recap, também estamos com o offsite. Na Rnest, estamos fazendo a unidade SNOX, que será utilizada para, dentre outras coisas, diminuir a emissão de gases poluentes. Estamos fazendo os tanques Maracanã no Comperj, que são os maiores de acumulação, com mais de 60 metros de diâmetro, junto com a Alusa. Também temos a Unidade de Recuperação de Enxofre (URE) na Replan, além dos módulos para os FPSOs P-58 e P-62.

O projeto do Comperj é semelhante ao projeto da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná?

É parecido, só que é mais especifico, porque tem uma obra grande de construção civil e industrial, além de 12 mil toneladas de implantação de tubulação.

O que acharam da redução do orçamento para a área de refino no plano da Petrobrás?

O que for mais importante, eles vão contratar. As refinarias não vão parar, e os contratos de combustível para o meio ambiente vão continuar também. As unidades de hidrotratamento (HDT) e de hidrodessulfurização (HDS) vão continuar, pois são exigências da legislação ambiental.

Quais são as próximas concorrências em que a MPE pretende participar?

Estamos de olho no trem dois e na parte de petroquímica do Comperj, que devem sair em 2013, 2014. Também estamos nos posicionando para as refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, que devem sair ano que vem.