NO AUGE DO DESEMPREGO NO BRASIL, FGV ENERGIA DEFENDE POSTURA DA PETROBRÁS DE LEVAR OBRAS PARA O EXTERIOR

Presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal

Defendendo o indefensável, a FGV Energia emitiu um comunicado criticando a reportagem do Petronotícias que informava sobre a decisão de levar as obras das plataformas P-78 e P-79 para o exterior. A instituição saiu em defesa do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, cuja administração tem priorizado construir seus projetos mais importantes em estaleiros asiáticos. Enquanto isso, o Brasil vive a pior crise de desemprego de sua história e a Petrobrás, por sua vez, decide criar empregos no exterior. Sobre essa questão, a FGV Energia não escreveu uma linha sequer. Aliás, era o que se esperava de uma instituição que goza de tanto prestígio.

Se a FGV Energia – sabe-se lá por quais motivos – decide se calar frente a essa decisão equivocada da Petrobrás, o Petronotícias, como veículo de imprensa, deve levantar essa discussão. Há 10 anos, o nosso portal vive o dia a dia do mercado, ouve diariamente empresários do setor de óleo e gás e conhece as dores e reclamações da indústria nacional. O Petronotícias sabe bem que não é unanimidade a política adotada pela Petrobrás em privilegiar estaleiros estrangeiros em detrimento da contratação da já comprovadamente competente indústria naval brasileira. Esse era a crítica principal da nossa reportagem.

A FGV Energia se enganou ao tentar atribuir ao Petronotícias a responsabilidade de apelidar o presidente Castello Branco de Chacrinha. Nossa reportagem apenas reproduziu aquilo que se diz, aos cantos, nos corredores da empresa. A informação é fruto de uma apuração profunda da nossa equipe, que quis mostrar com esse fato que as decisões de Castello Branco, por vezes, contrariam até mesmo quem trabalha dentro da estatal. De tão contrariados, decidiram apelidar o chefe.

Aliás, diferentemente do que disse a FGV Energia, nunca criticamos a aparência física do presidente Castello Branco. Como ser humano, Castello Branco é digno de respeito e apreço. Já como presidente da Petrobrás, atualmente é passível de críticas ao seu trabalho. E esse era o ponto central de nossa matéria: criticar unicamente a postura de Castello Branco na condução da petroleira.

Vamos reproduzir novamente o trecho da reportagem ao qual a FGV se refere: “Será que  todas as petroleiras do mundo estão erradas e só a Petrobrás está certa? No fundo, ele não conseguiu ter o respeito profissional dos funcionários  da empresa, em sua grande maioria. Internamente, sua arrogância torna-se piadas contadas pelos cantos, onde até recebeu o apelido de Chacrinha, por sua semelhança física e pelas trapalhadas de algumas decisões, como os cancelamentos de licitações depois de meses em que empresas de todo mundo investiam para elaborar suas propostas de venda de serviços. Nem isso trouxe qualquer constrangimento e nem o famoso “desculpe lá!”. – [o texto completo pode ser lido aqui]

Além disso, vale lembrar à instituição que Chacrinha foi um personagem querido, um ídolo nacional, um verdadeiro mestre da nossa televisão. Ter semelhança física com uma figura tão histórica e icônica deveria ser até uma honra.

Em respeito aos seus leitores, o Petronotícias publica abaixo a íntegra da nota da FGV Energia. Aliás, curiosamente, o texto não foi endereçado diretamente à nossa redação, apesar de a FGV Energia ter nossos contatos.

“A FGV Energia lamenta pelas colocações desagradáveis feitas ao presente da Petrobrás, Sr. Roberto Castello Branco, em matéria veiculada ontem na Petronotícias. Acreditamos que as críticas aos direcionamentos tomados, ao rumo da companhia, às decisões gerenciais das empresas são sempre interessantes de serem comentadas pela mídia e engrandecem o debate.

Entretanto, criticar a aparência física de uma pessoa é ofensivo, desagregador e constrangedor para os editores da revista. Uma postura jamais vista na indústria de óleo e gás brasileira.

Outrossim, a FGV entende que os direcionamentos tomados pelo gestor da Petrobrás seguem uma estratégia que tem trazido resultados positivos na redução do endividamento, no aumento da produção de petróleo e no maior retorno sobre o capital empregado pela Cia. Em boa medida, as margens de refino do país estão positivas, o óleo nacional com baixo teor de enxofre bem valorizado no mercado e o plano de desinvestimentos abre oportunidades para vários novos agentes de mercado.

A FGV Energia acredita no potencial da indústria de óleo e gás do país e nas diretrizes e estratégias dos Ministérios de Minas e Energia e Economia.”