NOVA COATING VAI INAUGURAR SUA TERCEIRA UNIDADE EM 2014

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

A empresa Nova Coating, de soluções anticorrosivas, está se preparando para abrir sua terceira unidade no país. A companhia existe desde 2004 e, junto a outras cinco empresas, integra o grupo Sóllita, com sede em São Paulo. Segundo Carlos Fabrízio Cruz de Almeida, gerente comercial da Nova Coating, a terceira planta será inaugurada em Cabiúnas (RJ), próximo a Macaé, e deve estar pronta em 2014 para atender ao mercado promissor da região. Ainda segundo ele, o prazo inicial era 2013, no entanto uma série de dificuldades para a obtenção das autorizações ambientais levaram ao adiamento das obras. Para Carlos Fabrízio, a lentidão e a complexidade burocrática estão entre os maiores entraves para o processo de licenciamento. “Quanto mais a licença nos atrasa, mais demora para trazer recursos para o município e para o estado. Isso prejudica ainda mais o cliente final, que é a Petrobrás, e o Brasil como um todo”, comentou.

Como é o trabalho que vocês desenvolvem?

A gente trabalha na área de aplicações anticorrosivas desde 2004, quando a empresa começou a funcionar. Trabalhamos com contratos com empresas diretamente ligas à Petrobrás ou epecistas, sempre trabalhando nessa área de revestimento de tubulações em geral, como linepipes [para condução], drillpipes [para perfuração], e tubulações flangeadas, como os spools, devido aos FPSOs e os navios tanques. Temos trabalhado com vários materiais para navios gaseiros, como epóxi, polietileno, ou até o próprio plástico florado para revestimento das válvulas, que a gente tem feito diretamente com os fabricantes de válvulas.

Vocês só trabalham com a Petrobrás, ou também com outras empresas?

Trabalhamos com a Petrobrás, com a indústria química, petroquímica e algumas outras empresas que trabalham com fluídos agressivos.

Qual é a participação da Petrobrás no faturamento de vocês?

Entre 70% e 80%. Somos uma empresa 100% nacional, com conteúdo nacional hoje entre 96% e 97%, bem elevado. Toda a nossa tecnologia é produzida aqui mesmo no Brasil, assim como a matéria-prima é nacional, e alguns produtos que nós aplicamos na Petrobrás.

De que forma isso afeta o preço do seu produto final?

A gente tem um preço mais competitivo, e o mais importante é que a gente consegue circular esses recursos financeiros aqui no Brasil, não sendo necessário importar todo o material e deixar todo o dinheiro lá fora.

Quantos funcionários vocês têm atualmente?

Hoje nós temos cerca de 100 funcionários, divididos em duas plantas, e estamos instalando uma terceira, que fica aqui na região sudeste, em Cabiúnas, ao lado de Macaé. Os outros lugares são Mossoró (RN) e Alagoinhas (BA). Em Mossoró foi nossa primeira planta, nosso primeiro parque industrial, construído em 2004. Abrimos a unidade de Alagoinhas em 2008, e agora em 2014, se Deus quiser, abriremos em Cabiúnas, no Rio de Janeiro.

Qual é a motivação de vocês para abrir essa terceira planta na região de Cabiúnas?

Porque está mais próximo do grande pólo de petróleo, que é hoje a UOBC (Unidade Operacional da Bacia de Campos) e a Bacia de Santos. E também porque hoje muitos dos grandes clientes potenciais estão na região sudeste, a começar pelos próprios valvuleiros e pelos fabricantes de bombas, além dos epecistas e etc. Então a gente fica bem mais próximo do cliente final, que é a Petrobrás, e de quem está trabalhando na fabricação de equipamentos e na implementação de novos projetos.

Essa terceira planta tem a ver também com o pré-sal?

Tudo tem a ver. A gente não pode deixar de pensar no pré-sal. Sabemos que é algo que vai acontecer, e precisamos estar por perto para que, no momento certo, possamos dar suporte a esses clientes e projetos.

Qual é valor estimado que vocês estão investindo? Em parceria ou individualmente?

A gente está investindo sozinho, e a Nova Coating faz parte de uma holding, chamada Sóllitta Group, que fica em São Paulo, e que trabalha com mais cinco outros empresas. Na verdade, a nova planta seria concluída inicialmente em 2013, mas a dificuldade na liberação de licença ambiental está dificultando muito a instalação. E isso prejudica também o Rio de Janeiro. Quanto mais essa licença nos atrasa, mais demora para trazer recursos para o município e para o estado. Isso prejudica ainda mais o cliente final, que é a Petrobrás, e o Brasil como um todo. É um processo muito demorado, muito burocrático, muito difícil de se cumprir.

Quanto vocês pretendem investir nessa planta?

Alguns milhões, isto é, um valor significativo para atender às nossas necessidades. Ainda assim, o que vale nessa planta não é o dinheiro empregado, mas o que a gente vai conseguir produzir e entregar à Petrobrás com essa unidade instalada. Com laboratório pronto, com novas tecnologias para atender à Petrobrás na hora que ela precisar etc. Tudo relacionado a anticorrosivos e proteção contra substâncias que, estando no fluido, atacam a tubulação.

Quais seriam essas substâncias?

A água produzida [na produção do petróleo] contém ácido sulfúrico (HSO), gás carbônico (CO2), hipoclorito. Tudo o que há no fluido e que produza corrosão, nós fazemos com que fique protegido ou fornecemos soluções tecnológicas para proteger o que o cliente está precisando. Na verdade, a Nova Coating é uma empresa de soluções tecnológicas anticorrosivas.

Como o senhor identifica a concorrência nessa área?

A concorrência existe, e há mercado para todos. O importante é que os projetos continuem a ter andamento, que a Petrobrás possa executá-los, e que a gente tenha condições de trabalhar junto com ela. Se tudo isso acontecer, há trabalho e projeto para todo mundo. A concorrência é importante, é salutar para todos. A empresa única fica muito ‘bitolada’ num determinado segmento. Se há concorrência, todo mundo trabalha para melhorar; é bom para o cliente final e é bom para a economia.

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