GOVERNO PREVÊ NOVO LEILÃO DO PRÉ-SAL NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) – 

Marco Antônio AlmeidaEm meio à avaliação de que a indústria brasileira de óleo e gás deve se recuperar gradualmente ao longo dos próximos dois anos, o governo estima que uma nova rodada de blocos do pré-sal deve acontecer entre 2016 e 2017, trazendo novas perspectivas de investimento para o mercado nacional. Em apresentação nesta segunda-feira (17) durante o V Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, no Rio de Janeiro, o Secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida (foto), afirmou que o leilão deve ocorrer conforme o setor apresentar maior estabilidade e que, dessa forma, a data ainda pode passar por modificações. A tendência, no entanto, é de que a rodada ocorra no próximo biênio. No evento, diversas autoridades do segmento debateram o atual cenário e buscaram apresentar visões acerca do futuro da indústria de petróleo no Brasil, buscando soluções e discutindo a atuais regulações do setor. Ao falar sobre o conteúdo local, o Secretário afirmou que as regras não deverão ser modificadas a curto prazo.

A recessão por que passa hoje o segmento se trata de uma questão estrutural e deve aos poucos ser superada, explicou Almeida no seminário. “Não tenho dúvidas de que em 2 ou 3 anos esse cenário muda completamente”, afirmou o representante do governo, que demonstrou preocupações, no entanto, acerca de estimativas a longo prazo. Além das dificuldades advindas dos baixos preços do barril de petróleo no mercado internacional, a crise na indústria brasileira traz também problemas para a obtenção de financiamento por parte das empresas, que poderão ter mais dificuldade ao longo dos próximos meses.

O secretário, que apostou no sucesso da 13ª Rodada de Licitações, apontou caminhos positivos que devem ser tomados pelo setor tanto no atual cenário quanto em um futuro breve. De acordo com ele, a indústria de óleo e gás precisa manter as atividades e os investimentos em bacias maduras, responsáveis por movimentar economias locais e trazer produções significantes ao mercado. Ele ressaltou também a necessidade da realização de pesquisas com bacias ainda pouco conhecidas, como é o caso da Bacia de Pelotas. A respeito de possíveis mudanças no regime de partilha, Almeida afirmou que o mau momento da Petrobrás é temporário e que portanto não serão feitas alterações nas regras de operação.

De acordo com o Secretário, que falou da existência de outros campos com características geológicas semelhantes a Libra, não há perspectiva sobre a venda de grandes prospectos do pré-sal pelo governo. Em sua apresentação, Almeida reiterou o compromisso federal de realizar ao menos uma rodada a cada dois anos, mas ressaltou que não se trata de uma obrigação devido às diversas variantes envolvidas no processo de oferta de blocos.

O evento organizado pela FGV Energia contou também com a presença do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Jorge Camargo, que avaliou o mercado brasileiro com otimismo e apresentou pontos relevantes para o aumento da atratividade da indústria de óleo e gás no país. Segundo o executivo, o país possui competitividade graças a seu grande potencial exploratório, mas ainda perde investimentos devido a questões regulatórias pouco atrativas às empresas.

A realidade das companhias hoje, afirmou Camargo, traz uma “redução brutal de custos”, disciplina de capital e inovação, tanto tecnológica quanto de gestão. Embora tenha apresentado uma visão positiva quanto ao futuro do segmento, o executivo defendeu a simplificação das regras de conteúdo local, sugerindo a elaboração de estímulos para o cumprimento das normas.

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