NOVO PLANO DECENAL PREVÊ AUMENTO DE DOIS DÍGITOS NA DEMANDA POR ETANOL E BIODIESEL NO BRASIL ATÉ 2031

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Heloísa-Borges-1200x900Os preparativos para o lançamento do novo Plano Decenal de Energia (PDE 2031) estão avançando. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) finalizou os estudos relativos às projeções para o setor de biocombustíveis, chegando a estimativas animadoras sobre as futuras ofertas e consumo desse segmento. Tanto o etanol quanto o biodiesel deverão ter um salto considerável de demanda ao longo do horizonte decenal, com crescimento na casa dos dois dígitos. Os dados foram calculados pela Superintendência de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da EPE, que é subordinada à diretoria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da estatal, chefiada por Heloísa Borges (foto).

No caso do etanol, a EPE diz que a demanda de 2021 está na casa de 29 bilhões de litros. Esse número saltará para 44 bilhões de litros em 2031, um expressivo aumento de 51%. Além disso, a empresa vê uma maior competitividade do etanol hidratado frente à gasolina, por conta de sinais provenientes do RenovaBio e melhorias dos fatores de produção realizadas pelo setor. A EPE previu ainda que a participação do etanol hidratado no mercado de veículos flex fuel chegará a 48% em 2031 (hoje, esse percentual está em 33%).

biodieselOs estudos realizados para o PDE 2031 também trouxeram novas estimativas para a produção de etanol ao longo da próxima década. Hoje, o país produz 31 bilhões de litros, mas esse volume chegará a 46 bilhões de litros daqui a dez anos. O destaque dessa guinada será o  etanol de milho. Estimam-se 8,1 bilhões de litros a partir desse cereal em 2031. O país terá uma capacidade instalada de 9 bilhões de litros de etanol produzido a partir de milho até 2031.

Enquanto isso, no biodiesel, a EPE afirma que a demanda por esse combustível crescerá dos atuais 7 bilhões de litros para 11,5 bilhões de litros em 2031 – alta de cerca de 64%. Vale lembrar que o cronograma do governo determina que a adição obrigatória de biodiesel ao diesel será de 15% a partir de março de 2023.

As regiões Sul e Centro-Oeste devem liderar a produção nesse horizonte decenal, embora a demanda por biodiesel deve ficar mais concentrada na Região Sudeste. No entanto, estímulos às culturas adaptadas às Regiões Norte e Nordeste podem aumentar suas produções e reduzir

O estudo da EPE revela ainda que o potencial de biogás alcançará 7,1 bilhões de Nm³ em 2031 (3,8 bilhões de Nm³ de biometano), com a destinação de toda vinhaça e torta de filtro. O potencial de exportação de energia elétrica a partir do biogás (vinhaça e torta de filtro) alcançará  2 GWmédio no ano de 2031 (com base na usina vencedora do leilão de energia A-5 de 2016). Além disso, a  produção de biometano do setor sucroenergético seria suficiente para suprir equivalente a cerca de 60% da demanda de diesel deste segmento.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of