PETROBRÁS DEVE FAZER NOVO CORTE NO PLANO DE INVESTIMENTOS PARA ESTE ANO

Ivan Monteiro

A situação ficou ainda mais difícil do que se esperava e a Petrobrás já avalia fazer um novo corte na previsão de investimentos para este ano. No plano lançado em junho, a indicação era a de que seriam aportados US$ 28 bilhões em 2015, mas a dura realidade atual já leva a empresa a estudar uma redução de aproximadamente 20% nesse montante, para pouco mais de US$ 22 bilhões.

A alta desenfreada do dólar, o preço do barril do petróleo que não sobe e o freio das atividades econômicas do país estão sendo os principais motivos para essa revisão, além da lentidão no processo de venda de ativos, que prevê um volume enorme de desinvestimentos nos próximos anos – US$ 57 bilhões até 2019, sendo US$ 15 bilhões apenas até 2016 –, mas teve poucas ações concretas até agora.

O conselho de administração vai votar em breve essa readequação, tendo em vista que o dólar já chegou a passar de R$ 4,05 nesta terça-feira (22), e a cotação prevista no plano 2015-2019 para este ano era de R$ 3,10. Além disso, o preço do barril de petróleo do tipo brent estava avaliado em US$ 60, sendo que ele tem ficado em cerca de US$ 50.

Uma das maiores preocupações da empresa é com seu nível de endividamento elevado, que fechou junho em US$ 134 bilhões, quando a companhia tinha US$ 30 bilhões em caixa, sendo que a dívida líquida já superou em 4 vezes o Ebitda, atingindo um patamar considerado perigoso.

O plano de 2015-2019 previa US$ 130 bilhões em investimentos, sendo que já apresentava um corte de quase 40% em relação ao anterior. Agora, os números devem descer um degrau novamente.

Quando o plano foi lançado, o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro (foto), afirmou no documento de apresentação dos números ao mercado que os investimentos priorizariam projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal, enquanto as demais áreas de negócios seriam restritas à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. Ainda assim, o caminho parece difícil.

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Biffy

Pelos idos de 2008, o então presidente do Brasil, lançou um plano de investimento de mais de 100 bilhões de dólares em investimentos na Petrobras, visando alavancar o pré-sal… Hoje o que se vê é o resumo do esquema montado na época eloquente dessa criatura, sem um minimo planejamento sustentável, para a ambição em se perpetuar no poder e se enriquecer, em tempo record.
Nada se compara com a situação atual, quando se fala em inflação, alta do dólar e demissões… O fundo do poço, onde será!