PETROBRÁS PRECISARÁ INVESTIR MAIS DE US$ 5 BILHÕES PARA CONCLUIR OBRAS DO COMPERJ

comperjMais uma vez, o horizonte é de poucas expectativas para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj. Atualmente parado, o empreendimento precisará de mais US$ 5,3 bilhões em investimentos diretos da Petrobrás para ser concluído, segundo dados apresentados por executivos da empresa em uma audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. O projeto, que inicialmente foi projetado com um orçamento total de US$ 6,1 bilhões, já superou US$ 14,3 bilhões em gastos para a companhia, que continua à procura de novos parceiros para terminar as obras do complexo.

O ditado já é um velho conhecido da estatal: obra cara é obra parada. Com as operações em pausa indeterminada, a empresa deverá arcar com mais US$ 2,8 bilhões para finalizar a unidade de refinamento, que hoje tem um índice de conclusão de 86%. A planta de gás e a unidade de hidrocraqueamento, por sua vez, estão 36% concluídas e irão demandar outros US$ 2,5 bilhões dos bolsos da companhia.

Os custos já são altos, mas podem piorar. Além dos US$ 5,3 bilhões destinados à finalização das obras, a Petrobrás deverá desembolsar recursos para armazenar os equipamentos que já foram comprados para a planta, em um total estimado de R$ 500 milhões, assim como custos para reparação de produtos afetados pela paralisação das obras. Recentemente, a empresa assinou um contrato de R$ 14 milhões a R$ 15 milhões por ano para preservação das unidades prontas.

As informações foram apresentadas aos deputados da comissão pelo gerente geral de Implantação de Empreendimentos de transformação física do gás da Petrobrás, Frederico Doher Nogueira, e pelo gerente geral do Comperj, Walter Shimura. A audiência aconteceu na última terça-feira (7), com o objetivo de debater a atual situação do complexo.

De acordo com Nogueira, a estatal busca agora parceiros para a conclusão da Unidade de Refino Trem 1 e a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). A intenção da companhia é retomar o processo de licitação da UPGN já nos próximos meses.

Sem sinal de obras, o complexo conta hoje com apenas 232 funcionários ativos, sendo a maior parte profissionais de Recursos Humanos e de administração das empresas que aguardam para assinar aditivos com a Petrobrás, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial de Itaboraí (Sintramon), Paulo César Quintanilha. “Somos milhares de trabalhadores aguardando a possível retomada do Comperj”, afirma o sindicalista. “Tivemos uma reunião com o gerente do Comperj. É uma questão da Petrobrás, e ela alega que o complexo está em terceiro plano.”

No último mês de março, a companhia adiou para 2023 a previsão de início de operações do Comperj. Considerado hoje um dos principais problemas da Petrobrás, o empreendimento teve suas obras iniciadas em 2008. Ao passo que era idealizado com duas refinarias, uma petroquímica, e mais uma unidade de processamento de gás, o complexo hoje atua apenas como uma refinaria ligada à planta de gás da empresa.

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