PETROLEIROS E DISTRIBUIDORAS NORDESTINAS REAGEM À DECISÃO DA PETROBRÁS DE NÃO FORNECER MAIS GÁS PARA O NORDESTE

gasA Federação Única dos Petroleiros(FUP) avalia como tomar medidas judiciais contra a decisão da Petrobrás em relação a não fornecer mais gás para as distribuidoras do nordeste do país. O rompimento se dará a partir do dia 1º de janeiro de 2022, após décadas de abastecimento contínuo e ininterrupto. O anúncio pegou os Estados com a calça na mão. Ninguém esperava. Eles terão quase cinco meses para buscar novos fornecedores.

Diante disso, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu. A entidade não vê “lógica comercial de uma empresa que espontaneamente abre mão de seu segundo maior mercado consumidor.” Os petroleiros dizem que não é por falta de gás “porque sabemos que a Petrobrás vem reinjetando gás em campos do pré-sal justamente por falta de mercado”. E fazem um acusação contra a diretoria da companhia: “O que a gestão da Petrobrás está fazendo é dar de mão beijada o mercado da estatal para um monopólio privado. Como fez com a Gaspetro, como está fazendo com as refinarias e com a Petrobras Biocombustível (PBio)”.

Os petroleiros dizem que outro fato curioso é que pelo menos duas distribuidoras de gás canalizado do Nordeste – A Bahiagás, da Bahia, e a Sergás, de Sergipe –bahia manifestarem-se contrárias à venda da Gaspetro à Compass Gás e Energia, do grupo Cosan. A Bahiagás e Sergás decidiram exercer seu direito de preferência na compra da parte da Gaspetro em seu quadro acionário, para evitar que a Compass exerça qualquer poder sobre as empresas. “Curiosamente, no dia seguinte a esse anúncio a gestão da Petrobrás decide cortar o suprimento de gás natural para o Nordeste a partir de 2022”, frisou a FUP.

Em nota,  a Petrobrás disse que só vai garantir fornecimento de gás a partir de 2022, apenas para aqueles que já tem contratos firmados. Veja a nota da empresa na íntegra:

 “ A Petrobrás informa que o suprimento de gás natural está assegurado para os contratos já firmados com fornecimento a partir de 01/01/2022.

sergasOs processos em curso de arrendamento do TRBA, objeto do acordo firmado no TCC com o CADE, e demais desinvestimentos em campos de produção de gás trarão novos operadores ao mercado, que poderão suprir o atendimento das demandas locais.

Em todos os casos, como informado para as distribuidoras cujo atendimento depende destas fontes de oferta de gás, a Petrobrás está à disposição para a construção de soluções temporárias, se necessário.

Assim como os desinvestimentos, o arrendamento do TRBA reforça o compromisso da Petrobrás em contribuir para o desenvolvimento de um mercado de gás aberto, competitivo e sustentável no país.”

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