DEPOIS DE TRÊS ANOS ENCALHADOS, EQUIPAMENTOS ULTRA PESADOS PARTEM RUMO AO COMPERJ

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

Reatores Comperj

Depois de mais de três anos encalhados no Rio, os equipamentos ultra pesados importados em 2011 pela Petrobrás começaram a deixar a cidade em direção ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A estatal contratou a Transdata Transportes para fazer o projeto logístico e ela subcontratou a Manobrasso Serviços Marítimos para realizar a primeira fase do transporte marítimo dos equipamentos UHOS (ultra heavy over sizes). Nessa etapa, sete das 20 partes de equipamentos foram levadas em quatro viagens de suas respectivas áreas de armazenagem para o cais da Praia da Beira, em São Gonçalo.

A segunda fase dos serviços tem previsão para começar no início de novembro, com o transporte de 13 peças que compõem os reatores, do terminal da Locar Guindastes e Transportes Intermodais, no Rio de Janeiro, para o píer da Praia da Beira, em São Gonçalo. A segunda fase do contrato entre a Manobrasso e a Transdata deverá ser finalizada até o final de novembro, e a conclusão do transporte dos equipamentos via terrestre, que ficarão a cargo da própria Transdata, está prevista para fevereiro de 2015. No final de setembro, a Manobrasso iniciou os serviços com o transporte de um vaso de pré-tratamento, que estava no terminal da Locar. Nas semanas seguintes, foram transportadas seis peças que compõem uma torre atmosférica, uma torre de vácuo e uma torre fracionadora, que estavam na Nuclep, em Itaguaí (RJ).

Os atrasos no transporte dos equipamentos da Petrobrás foram gerados por falta de planejamento da própria estatal, que importou reatores de grande porte da Itália, para a produção de diesel com baixo teor de enxofre na refinaria, mas trouxe as unidades antes de ter um projeto logístico definido para levá-los do Porto do Rio até Itaboraí. Quando eles chegaram à cidade, em agosto de 2011, não puderam ser transportados para o complexo petroquímico em construção, devido ao grande porte e peso, de mais de 1.000 toneladas cada, que não seria suportado pelas estradas. Somente depois de um ano pagando taxas de armazenamento, a estatal começou a buscar uma alternativa mais efetiva para a retirada dos equipamentos do Porto e para a realização do transporte. A saída encontrada pela Petrobrás, então, foi a implantação de um Píer em São Gonçalo (RJ) e uma Via de Acesso para Equipamentos Especiais até o complexo petroquímico.

Anunciado em 2006, com previsão de estar operando em 2010 e orçamento de US$ 8,4 bilhões, o Comperj tem atualmente custo estimado em US$ 13,5 bilhões e deverá entrar em operação em agosto de 2016, segundo dados recentes da Petrobrás. A unidade terá capacidade de processar diariamente 165 mil barris de óleo e terá como principais produtos diesel, querosene de aviação (QAV) e nafta.

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