PUC-RIO INVESTE EM PARCERIAS PARA DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS NO SETOR DE ÓLEO E GÁS

A expansão do mercado de óleo e gás tem impulsionado o crescimento de parcerias em busca de tecnologia, pesquisa e inovação no país. Um desses resultados se consolida com o novo acordo entre a Repsol Sinopec Brasil e a PUC-Rio. A universidade brasileira já fechou dois contratos para projetos de pesquisa na área de petróleo, sendo que os contratos para pesquisas representam metade dos recursos anuais da universidade, que os utiliza como estratégia para pagar professores-pesquisadores e técnicos de alto nível, além de investir em infraestrutura. Entre os projetos para este ano, está a inauguração do prédio Petrobrás, um núcleo integrado com laboratórios ampliados e modernizados. Em entrevista ao repórter Estephano Sant’Anna, o novo Decano do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, Luis Alencar Reis da Silva Mello, falou sobre engenharia, necessidade de avanço em pesquisas e a responsabilidade das universidades sobre os futuros profissionais do Brasil.

Vocês fecharam dois contratos com a Repsol Sinopec Brasil. O que eles abrangem especificamente?

São projetos de pesquisa aplicada em temas de ponta na área de óleo e gás, nos quais a PUC-Rio possui grande expertise. Assinamos dois contratos para realizar pesquisas na área de escoamento e caracterização de fluidos, através do nosso Departamento de Engenharia Mecânica. As cláusulas de confidencialidade não permitem que divulguemos mais detalhes sobre as pesquisas ou os termos dos contratos.

Como a PUC se beneficia disso?

Hoje, quase 50% dos recursos anuais da PUC-Rio vêm de contratos, convênios e termos de cooperação para o desenvolvimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em parceria com empresas ou financiados pelos órgãos governamentais de fomento. São estes recursos que permitem manutenção de equipes de professores-pesquisadores e pessoal técnico de alto nível e garantem a renovação da nossa infraestrutura de pesquisa, além de contribuir para o crescimento de nossa produção acadêmica em temas de ponta.

Como tem sido a participação do Departamento de Engenharia Mecânica no ramo de estudos?

Fundamental. O programa de pós-graduação e pesquisa do Departamento possui nível máximo na avaliação nacional pela CAPES. Ele é responsável, juntamente com os Departamentos de Informática e Química, pelos maiores e mais importantes projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que desenvolvemos na área de óleo e gás.

Por que acha que há poucos engenheiros qualificados no mercado brasileiro?

O processo de estagnação da indústria pelo qual passou o Brasil nas décadas de 80 e 90 reduziu a demanda por engenheiros e, consequentemente, a procura dos jovens pelos cursos de Engenharia. O processo de recuperação depende da percepção do aumento da demanda por estes jovens, que não se dá pela simples divulgação de estatísticas, mas pela verificação objetiva da maior empregabilidade e melhoria da remuneração.

Qual tem sido a procura por cursos de engenharia na universidade?

Na PUC-Rio atingimos, em 2005, o menor número de alunos em cursos de engenharia de nossa série histórica. Aí começa a recuperação, lentamente no início e rapidamente a partir de 2007. Nos últimos cinco anos o número de alunos engenharia cresceu 50% e continua crescendo. Temos hoje 3.400 alunos de engenharia e em dois anos devemos chegar a 4.000, cerca de 30% do total de alunos da universidade.

Como novo Decano do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, quais são os desafios e oportunidades para o mercado de óleo e gás?

Creio que o maior desafio é aproveitar as oportunidades que se oferecem. Não apenas na pesquisa, onde as demandas não param de crescer, mas também na formação de profissionais plenamente capacitados para atender a esta carência de engenheiros no setor.

Qual a responsabilidade que um centro de formação técnica tem sobre a vida de um aluno que pode contribuir para o crescimento da indústria brasileira?

A responsabilidade é total. Temos que adotar novas técnicas de ensino, manter currículos constantemente atualizados e atender à demanda em novas área. O que é um grande desafio, considerada a rapidez das inovações tecnológicas. Isto sem abdicar da sólida formação básica em Matemática, Física, Química e Informática.

Como é a relação do Centro Técnico com instituições ou parcerias internacionais?

Temos ampliado nossas parcerias, incluindo um número cada vez maior de instituições e empresas tanto no país como no exterior. Isto ocorre não apenas na pesquisa, com a diversificação e crescimento do número de parcerias, mas também no ensino. Acontece através dos programas de intercâmbio e dupla diplomação que já são uma tradição da PUC-Rio. Eles estão começando a ter novo impulso através das oportunidades oferecidas pelo programa Ciência Sem fronteiras.

A PUC-Rio agora tem o Núcleo Regional de Competência em Petróleo, o prédio Petrobrás. Como funciona?

O Núcleo foi construído através da parceria com a Petrobrás e começa a ser ocupado, já em agosto deste ano, pelos laboratórios que desenvolvem projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na área de óleo e gás. Estes laboratórios estão sendo ampliados e modernizados com o apoio essencial da Petrobrás. Isto nos dará ainda oportunidade de atuar em novos temas relevantes para o setor.

Quando o Parque Tecnológico vai sair?

A Vice-Reitoria de Desenvolvimento e o Centro Técnico Científico da PUC-Rio estão empenhados em desenvolver nosso Parque Tecnológico no menor prazo possível. Na Gávea, onde nossa presença está crescendo em locais próximos ao campus, as atividades irão respeitar as características e vocações do bairro. Possibilidades de desenvolvimento extra-campus também são consideradas.


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