QUEDA DO PREÇO DO PETRÓLEO AFETA ECONOMIAS DE ARÁBIA SAUDITA E OUTROS PAÍSES DA OPEP

plataformaDesde fevereiro de 2009 o barril do petróleo não tinha uma cotação tão baixa quanto os US$ 39,73 registrados ao fim da última quinta-feira (10). O impacto deste valor na economia dos principais países produtores do insumo é muito grande, principalmente se levarmos em conta que em 2014 chegamos a ter o barril valendo US$ 114. A crise já afeta até países membros da Opep, como Nigéria, Venezuela e a Arábia Saudita. Esta última é grande responsável pelo excesso de oferta no mercado, junto a entrada de novos métodos de exploração.

A estratégia saudita se mantém intacta, na disputa por uma fatia do mercado global de petróleo, visando impossibilitar explorações menos ortodoxas na indústria, como o pré-sal, gás de xisto e areias betuminosas, por exemplo. A última reunião da Opep, não trouxe nenhuma novidade e o mês de novembro fechou com um total de quase 31,7 milhões de barris produzidos por dia, maior volume desde 2009.

A Nigéria participa do grupo desde 1971, mas de nada tem valido seus apelos para que a produção seja diminuída. A economia do país vive do petróleo, com cerca de 75% do seu rendimento oriundo da matéria-prima. Os bons níveis de exploração alçaram o país à condição de maior economia da África, mas a crise do setor de óleo e gás já faz com que soluções sejam buscadas para aliviar o quadro, como redução de custos da burocracia interna do governo. Diversos senadores, inclusive, sugeriram cortes nos próprios salários.

A nossa vizinha Venezuela é um dos países mais dependentes do petróleo, com uma receita anual composta em 95% por essa indústria. A produção no país vem caindo seguidamente desde 2008, com uma produção diária atual de 2,6 milhões de barris, 350 mil a menos que sete anos atrás. A população tem sentido na pele os reflexos da desvalorização do petróleo, com uma expectativa de retração de 5,1% do Produto Interno Bruto neste ano.

Os exemplos são diversos de países passando por fortes ajustes fiscais são diversos. Até mesmo a própria Arábia Saudita, maior interessada nesta queda de preços, passa por um momento econômico delicado. O país voltou a emitir títulos de dívida soberana, fato que não era registrado desde 2007. O objetivo é cobrir o déficit orçamentário causado pela queda do barril, mesmo com o país contando com mais de US$ 600 bilhões em reservas internacionais.

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Quem tem interesse em produzir petróleo tão barato? No mínimo estranho…