RIO OIL & GAS 2016 MARCA INÍCIO DE NOVO CICLO PARA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO NACIONAL

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –

milton-costaTempos de turbulência, em um cenário complexo por conta do baixo valor do barril de petróleo, mas com boas perspectivas futuras. Essa é a análise feita pelos organizadores da edição deste ano da Rio Oil & Gas, lançada oficialmente na sede do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). A cerimônia contou com a presença do presidente do instituto, Jorge Camargo, do secretário-geral da entidade, Milton Costa Filho (foto), além dos presidentes dos comitês de exposição, organizador e técnico da Rio Oil & Gas 2016, João Carlos de Luca, Renato Bertani e José Formigli.

O momento vivido pelo setor de óleo e gás fará com que a edição deste ano seja menor que nos anos anteriores, contrariando o movimento crescente desde 2002, mas contará com a presença de empresas e pessoas comprometidas com a indústria, conforme afirmaram os representantes do IBP.

Em sua fala, Camargo afirmou que um novo ciclo será iniciado, ainda mais brilhante que o anterior, com uma boa base já montada, através de empresas e profissionais capacitados para ajudar o setor de óleo e gás nacional a se reerguer. Para isso, ressalta, são necessários ajustes regulatórios, como o processo de unitizações, renovação do Repetro e avanços nas mudanças do pré-sal. “Além desse nevoeiro, há um potencial de crescimento muito grande. Isso com base nos fundamentos da indústria, que são as reservas descobertas, as reservas a descobrir, a capacidade das empresas e das pessoas da indústria de petróleo. Isso eu consigo enxergar com clareza”, disse.

A escolha do tema da edição deste ano – Caminhos para uma Indústria de Petróleo Competitiva – está de acordo com a conjuntura do mercado, fazendo com que as empresas do setor estejam adequadas às perspectivas de barril girando em torno de US$ 50 e US$ 60 nos próximos anos. Para viver neste novo mercado é preciso visão de futuro, de acordo com Camargo, com foco especial em redução de custos, aumento de eficiência e buscando se reinventar.

A edição deste ano terá seu tamanho reduzido, seguindo uma tendência global nos eventos do setor, como apontou Milton Costa Filho. Além da Rio Oil & Gas, a LNG 18, em Perth (Austrália), e a Offshore Technology Conference, em Houston (EUA), não terão o mesmo tamanho das últimas edições. Dentro do planejamento traçado, entretanto, as coisas caminham bem para a conferência carioca. De acordo com o secretário-geral do IBP, metade do projeto já foi negociado e outros 25% já estão reservados.

Os números demonstram que a crise do petróleo, além da crise vivida especificamente no Brasil, não diminuem o interesse da indústria no evento. Ao todo, 1.042 papers foram enviados para serem apresentados na conferência deste ano, chegando bem próximo aos 1.070 registrados na edição de 2014. Se a possibilidade de reduzir pela metade o espaço físico, público e expositores é uma realidade, a busca por evento de maior qualidade e mais comprometido com as necessidades da indústria é intensificada, conforme afirmou o presidente do comitê de exposição, João Carlos de Luca.

Para compensar as perdas causadas pelas circunstâncias do mercado, a feira deste ano será multiplataforma, com outros eventos dentro do espaço, como o WPC Future Leaders Forum, que será realizado pela primeira vez no Brasil. O objetivo é reunir os futuros quadros do setor para já estarem inseridos no ambiente de negócios de petróleo e gás, através de debates sobre liderança, tecnologia, inovação e sustentabilidade.

Outras novidades também farão parte do evento deste ano, como a Arena de Tecnologia, um espaço reservado para debates tecnológicos, de Subsea e o movimento de crescimento das startups. Um Fórum Financeiro também será organizado, para discutir questões como financiamentos na indústria, através de diversos atores, como fundos privados e bancos de investimento. A necessidade de uma engenharia forte também será abordada dentro de um fórum específico para o tema, em um espaço gerido conjuntamente com a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi).

O leque de debates travados dentro da próxima Rio Oil & Gas é extenso, passando por Downstream, Upstream , Gás e Energia, Governança, Sustentabilidade, SMS, Compliance e Geopolítica. Os temas são muito relevantes dentro do setor, especialmente em um momento de mudanças de paradigmas, com a expansão de fontes renováveis e questionamentos sobre o futuro da indústria de óleo e gás.

O programa técnico foi montado para mostrar a importância da indústria de petróleo para o desenvolvimento sustentável do planeta nas próximas décadas, com a certeza de que o petróleo continuará sendo a principal força na matriz energética mundial. Para se ajustar a essas grandes transformações, é preciso apoio da sociedade e investimentos em tecnologia, mantendo o setor competitivo.

No Brasil, a situação se desenha ainda mais difícil, dado o ambiente político e econômico instável, mas a união de esforços de associações, empresas e instituições ligadas ao setor tem trazido resultados importantes, como a agenda mínima escrita por essas entidades, que tem servido de base para mudanças estruturais do setor, influenciando decisões políticas.

Até o início da Rio Oil & Gas deste ano, em 24 de outubro, muita água passará por debaixo da ponte, mas as perspectivas são positivas, com otimismo dentro da indústria. No cenário atual, garantias quase não existem, mas dentre as poucas certezas que podemos ter, como destacou Jorge Camargo, estão as bases sólidas da indústria de óleo e gás brasileira, com empresas e capital humano aptos a fazer deste segmento um motor para tirar o país da recessão, em uma indústria que não pede por subsídios, mas regulações capazes de atrair investidores e gerar empregos e renda.

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