SANTA CATARINA LIDERA AS IMPORTAÇÕES DE AÇO NO BRASIL EM 2023 E SE TORNA A GRANDE PEDRA NO SAPATO DAS SIDERÚRGICAS DO PAÍS

logcomexNessa verdadeira guerra pelo preço do aço, as siderúrgicas brasileiras podem identificar agora a pedra no sapato delas: o Estado de Santa Catarina, onde o mercado de importações de aço vem crescendo. Ao contrário do que ocorreu na época da pandemia de covid-19, quando a Rússia cresceu como fornecedora e a China perdeu espaço, a partir de 2021 a China voltou a liderar este mercado, com a quantidade importada de aço no mundo aumentando ano após ano. De 2022 a 2023, até o mês de setembro, o valor FOB de importação de ferro fundido, ferro e aço importados da China aumentou 15%, de US$1,53 bilhões para US$1,76 bilhões. Com relação ao peso líquido (Kg líquido) a variação foi de 60% no total importado. No Brasil, Santa Catarina é considerado o principal estado importador neste ano de 2023, até setembro, com 837 milhões em valor FOB. Em seguida vem São Paulo, com 231 milhões em valor FOB; Ceará, com 147 milhões; Amazonas, com 115 milhões; e Minas Gerais, com 95 milhões.

De acordo com Helmuth Hofstatter, CEO e fundador da Logcomex, empresa que oferece tecnologia para o comércio exterior por meio de uma plataformabaosteel completa end-to-end, ajudando gestores a planejar, monitorar e automatizar o seu supply chain, houve queda de 8% no valor FOB importado em SC, mas um aumento de 24% no peso líquido de 2022 a 2023. “Com relação a São Paulo, segundo no ranking, os dados indicam que o valor FOB cresceu 69% e  houve aumento de 206% no kg líquido”, explica. Segundo Hofstatter, os principais produtos de aço importados foram os laminados planos, de ferro ou aço não ligado, aço china rindode largura igual ou superior a 600 mm, revestidos de ligas de alumínio-zinco, representando 21% do valor FOB importado do setor. “O valor total das importações dessa NCM é de 376M. O valor FOB das importações de 2022 para 2023 aumentou em 36% e o peso em KG líquido aumentou em 84%”, explica. A principal unidade de desembaraço aduaneiro no Brasil, neste ano até setembro, foi o Porto de São Francisco do Sul (SC), que representou 50% no valor FOB das importações. Em seguida estão o Porto de Santos (14%); Pecém (12%); Manaus (6%); Itajaí (5%); Vitória (5%) ; Paranaguá (3%); Fortaleza (2%); Recifeaço rolos (1%) e Rio grande (1%).

Enquanto isso segue a saga das grandes siderúrgicas brasileiras que estão batendo na porta do gabinete do Vice-Presidente e Ministro Geraldo Alckmin, pedindo que as alíquotas das importações do aço chinês. O principal comprador de ferro brasileiro aço chinese o principal vendedor de produtos siderúrgicos acabados. Do outro lado da pressão contra Alckmin estão as empresas consumidoras do aço. As siderúrgicas chegam com as armas de demissões, paralisações de unidades e até o desligamento do alto forno, como foi o caso da unidade de Ipatinga da Usiminas, que parou o alto forno nº 1. Alckmin repete Paulo Guedes, do governo Bolsonaro e diz que o mercado vai se ajustar sozinho. Quem vencerá esta batalha? Quem viver, verá.

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