SETE BRASIL ESTENDE PRAZO PARA NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA

Luiz Eduardo Carneiro2A Sete Brasil conseguiu prorrogar o prazo para negociação de dívidas com bancos credores, estendendo até 14 de agosto o tempo para a aprovação do plano de reestruturação da empresa. O projeto deve ser aprovado por todos os acionistas, entre os quais se encontra a Petrobrás, principal compradora das sondas de perfuração fornecidas pela companhia. Os empréstimos de curto prazo obtidos pela Sete totalizam US$ 3,6 bilhões, e segundo o acordo original teriam vencimento no fim deste mês.

Os bancos credores já haviam estendido o prazo da empresa em 90 dias, no fim de março. O acordo realizado agora concede à empresa mais 45 dias para o acerto.

O plano de reestruturação da Sete foi aprovado pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária, ocorrida em maio, mas ainda requer apoio formal da Petrobrás. A partir do novo documento deve ser redefinido o plano de negócios da companhia para os próximos anos, e deve ser apresentada a forma pela qual será renegociada a dívida total da empresa, que soma US$ 4,5 bilhões. A situação da fornecedora se agravou no último ano devido ao seu envolvimento nas investigações da Operação Lava-Jato, que acusa a companhia de participação em esquemas de propina e fraudes contratuais. O presidente da Sete, Luiz Eduardo Carneiro (foto), afirma que investigações internas não apontaram irregularidades na empresa.

Os bancos querem que o plano seja aprovado pela diretoria da estatal até 15 de julho. A partir dessa data, os credores darão início à análise e ao processo de aprovação do plano em seus comitês de crédito. Caso a petroleira faça mudanças no documento, ele deverá ser submetido novamente à aprovação dos controladores, o FIP Sondas, detentor de 95% das ações da fornecedora. A Petrobrás detém diretamente os outros 5%, mas também integra o grupo.

Os sócios da empresa têm buscado, através de novos investidores, obter aporte de capital para a implementação do plano. Os atuais acionistas injetaram R$ 8,7 bilhões na companhia para auxiliar em sua recuperação financeira. Considerando-se todos os endividamentos, a fornecedora chega a somar R$ 20 bilhões em compromissos.

A expectativa acerca do novo plano é de que os negócios da Sete Brasil sejam reduzidos, com investimentos abaixo dos US$ 25 bilhões inicialmente previstos. O número de sondas construídas deve cair de 28 para 19 unidades. O documento considera ainda cenários de pagamento de parte da dívida com os bancos e prevê o alongamento de parcela dos débitos.

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