VEOLIA WATER BRASIL IRÁ DIMINUIR USO DE ÁGUA DE REFINARIAS DA PETROBRÁS EM MAIS DE 30%

Com a aceleração da produção de petróleo e gás na camada pré-sal, a Petrobrás também irá investir no setor petroquímico. Para acompanhar o aumento da produção, o setor de refino da companhia irá receber investimentos, que incluem a construção da Refinaria Abreu Lima (Rnest) e a ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Para os dois projetos, a Petrobrás irá contar com novas tecnologias no tratamento de água, que serão fornecidas pela Veolia Water Brasil, subsidiária brasileira da empresa francesa especializada em tratamento de água. A empresa irá fornecer equipamentos para a geração de água tratada e também de vapor, que é utilizado no processo de refino do petróleo, além de um sistema de reaproveitamento da água, que irá permitir uma economia no uso de água das refinarias. Para saber mais sobre estes dois projetos e também sobre o trabalho da Veolia, o repórter André Dutra conversou com Sidnei Curi, diretor de propostas da Veolia Water Brasil.

Qual a participação da Veolia na ampliação da Repar e na construção da Rnest?

Nós temos um contrato de EPC, no qual somos responsáveis pela engenharia, compra de suprimentos e equipamentos e construção da planta, para as duas refinarias, a única diferença é que no caso da Repar se trata de uma ampliação e no da Rnest da construção de uma nova unidade, o que requer mais equipamentos, suprimentos e mão-de-obra.

Sobre a Repar, qual será a modificação no sistema de tratamento de água após a ampliação?

No caso da Repar, nós teremos que lidar com equipamentos que já existem na refinaria, mas iremos implementar um sistema de reposição de água perdida e também de reaproveitamento de água. Também iremos implantar um sistema de desmineralização de água, necessário para alimentar as caldeiras da unidade, além de sistemas de tratamento de água como a osmose reversa e a troca iônica, que irão gerar a água destinada à geração de vapor. Na Rnest o processo será semelhante, porém estamos responsáveis por montar o sistema de tratamento de água do zero.

Qual o estado destes projetos?

Na Repar já estamos 100% prontos para começar a operar. Na verdade estamos dependendo de outras empresas para que possamos começar a receber efluentes e assim iniciar o processo de tratamento de água e geração de vapor. Já na Rnest, a planta está com 90% das obras concluídas, e deve ficar pronta até janeiro, mas como as obras da refinaria estão atrasadas não temos como prever quando entrará em operação.

Quanto à tecnologia utilizada nestas duas plantas, existe alguma novidade?

Nestes projetos não. Apesar de utilizarmos tecnologia de ponta, não há nenhuma inédita. Porém, nós temos uma planta pequena na Refinaria Gabriel Passos (Regap), que possui um sistema de tratamento que remove orgânicos devido à alta salinidade da água recebida na unidade. Também temos sistemas de circulação de iodo e de filtro de carvão, além de um sistema multi-filtros patenteado pela Veolia, o Multiflo, utilizados em plantas no mundo todo.

Existe algum outro projeto relacionado ao setor petroquímico?

Nós temos contratos para o Comperj. O objetivo é o mesmo das refinarias em que temos plantas prontas ou quase prontas, porém a diferença é que o Comperj não tem nenhuma captação de água de rio. Portanto, com toda a água vindo de efluentes municipais, nós teremos não só que adaptar nosso tratamento, mas também dar ênfase à reutilização da água nas refinarias. Parte desta solução já tomou forma, já que utilizaremos osmose reversa para tratar o efluente após resfriamento.

Sobre a reutilização de água, qual será a efetividade real deste processo?

Acredito que com a reutilização nós iremos diminuir o consumo de água das refinarias em aproximadamente 33%. Somente para a Repar que este valor pode ser diferente, já que se trata de uma ampliação, mas para o Comperj e para a Rnest nós iremos chegar a um terço de economia de água.

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