VIANOVA ESTUDA FABRICAR EQUIPAMENTOS PARA ESTALEIROS NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

A empresa italiana ViaNova Engineering, fabricante de equipamentos pesados para estaleiros, estuda abrir uma fábrica no Brasil nos próximos três ou quatro anos. Com fornecimentos em todos os continentes do globo e presença no Brasil há mais de 40 anos, a companhia acredita que com o crescimento do número de encomendas poderá viabilizar uma unidade de fabricação local. O diretor da ViaNova no Brasil e na América do Sul, Pedro Henrique Ern, contou que atualmente conseguem atingir até 70% de conteúdo local a partir de parcerias com fornecedores nacionais, mas acredita que a conclusão de uma série de negociações em estágio avançado poderá definir a instalação de uma planta no Rio de Janeiro ou em Santa Catarina.

Como é a atuação da ViaNova no Brasil?

A ViaNova é uma empresa com mais de 40 anos no mercado mundial, com clientes em todos os continentes, e está presente no país desde o início. Temos equipamentos no Brasil funcionando há mais de 40 anos, como cabines de pintura, cabines de tratamento, Panel Lines, pipelines, equipamentos de qualidade com tecnologia italiana.

Qual o carro chefe da empresa?

A Panel Line, que é a linha voltada para a fabricação dos painéis para os blocos dos estaleiros, para a fabricação de navios. Ela é toda automatizada, com braços robóticos, que geram mais velocidade e qualidade ao processo. Hoje só os estaleiros mais modernos possuem este tipo de equipamento, que pode diminuir a necessidade de até 40 funcionários, além de agilizar o trabalho.

Como é a fabricação?

É feita na matriz da ViaNova, na Itália. Temos parceiros em cada país onde vamos fabricar um destes equipamentos. Os parceiros fazem a parte bruta, o material pesado, enquanto a parte fina, com tecnologia, vem da Itália. Com isso, conseguimos ter uma boa margem de conteúdo nacional.

Qual o máximo que podem atingir?

Podemos chegar a 70% de conteúdo local.

Há o interesse de instalar uma fábrica aqui?

Há o interesse de implantarmos uma fábrica no país, em três ou quatro anos. Mas isso vai depender do andamento das vendas e instalações dos equipamentos aqui.

Onde ficaria?

No Rio de Janeiro ou em Santa Catarina. O Sul tem crescido bastante, com o Polo do Rio Grande, Itajaí etc, e o mercado do Rio de Janeiro é muito interessante.

Quais os principais clientes no Brasil?

São os estaleiros Eisa, Mauá, Brasfels, no Rio de Janeiro, e Erin, em Manaus (AM). Em 2012 não teve venda no Brasil. A empresa tinha saído do país na década de 90 e voltou em 2008. Cada equipamento custa de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, então não são vendas que acontecem com a mesma agilidade de outros produtos, mas já estamos em fase final de muitas negociações no Brasil. Além disso, prestamos consultoria na hora da construção do estaleiro, indicando onde deve ser alocado cada equipamento etc. 

Quanto o Brasil deve representar nos negócios da empresa?

Esperamos que chegue a 30%, mas pode ser ainda mais. Tem muitos negócios em andamento, que demoram a acontecer, mas estamos em fase final de muitos deles. Já fornecemos para países de todos os continentes, como China, Turquia, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Argentina, entre outros.

Há planos de expansão na América do Sul?

Temos o objetivo de consolidar a atuação no mercado brasileiro primeiro, para depois ampliar os fornecimentos para outros países do continente, como Argentina, Uruguai e Chile.

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