ACIONISTAS DA SETE BRASIL APROVAM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Após um imbróglio que se estendeu por mais de um ano e agravou a crise da indústria nacional, os acionistas da Sete Brasil concordaram em entrar com pedido de recuperação judicial para dar início a uma reestruturação das finanças da empresa. A decisão foi oficializada após posicionamento favorável do Petros, fundo de pensão de funcionários da Petrobrás, que vinha se opondo à abertura do processo. Com objetivo de renegociar dívidas acumuladas em um total de R$ 16 bilhões, o pedido deverá ser protocolado na Justiça do Rio de Janeiro já na próxima semana e será conduzido pela consultoria Alvarez & Marsal.

A recuperação judicial surge agora como novo peso para a Petrobrás. A empresa, que nos últimos meses retomou as negociações para o projeto de sondas, poderá ser obrigada a honrar os contratos firmados inicialmente. Criada em 2010 para administrar as sondas do pré-sal, a Sete seria responsável por alugar uma carteira de 28 sondas. Em conversas recentes, a estatal buscava reduzir esse número para até quinze unidades.

Sem perspectiva de acordo entre as partes, o processo ganhou novos adeptos entre os acionistas e deve acelerar a readequação financeira da Sete, que hoje soma dívidas de cerca de US$ 3,6 bilhões com bancos credores e outras de R$ 2,5 bilhões com o FI-FGTS. Com foco na renegociação do endividamento para retomar projetos, a expectativa é de que a empresa, liderada pelo presidente Luiz Eduardo Carneiro (foto) apresente um novo plano de recuperação em 60 dias.