AMAZUL PREVÊ CONCLUIR DETALHAMENTO DO PROJETO DO REATOR MULTIPROPÓSITO AINDA NESTE SEMESTRE

Música para os ouvidos do setor nuclear nesta sexta-feira (13). A estatal Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) anunciou que espera concluir ainda neste semestre o projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O empreendimento, a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), visa tornar o Brasil autossuficiente na produção de insumos para a fabricação de radiofármacos – usados no diagnóstico e no tratamento do câncer e outras doenças. A Amazul é a parceria técnica na CNEN dentro do planejamento e da construção do RMB.

A indústria nuclear brasileira aguarda já algum tempo o avanço do RMB, que caminha ainda em passos mais curtos por conta da falta de recursos públicos. O projeto começou em 2008 e deveria ter terminado em 2014. O custo total estimado do reator é de US$ 500 milhões. Quando sair do papel, o RMB será construído em Iperó (SP), junto ao Centro Experimental de Aramar da Marinha do Brasil, onde é desenvolvido o protótipo do submarino nuclear brasileiro – o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LabGene).

Enquanto caminha no desenvolvimento do projeto detalhado do RMB, a Amazul prossegue trabalhando também em seus demais empreendimentos. Completando oito anos de vida agora em agosto, a estatal atua nas iniciativas da Marinha que têm o objetivo de projetar, construir, comissionar, operar e manter reatores nucleares do tipo PWR (Pressurized Water Reactor), e de produzir seu combustível.

Especificamente falando do programa de submarinos da Marinha (ProSub), a Amazul está trabalhando com a capacitação de pessoal e a busca de parcerias com empresas para aumentar o grau de nacionalização dos submarinos. Por meio de acordos de cooperação técnica, a empresa também ajuda a desenvolver tecnologias como o sistema integrado de gerenciamento de plataforma e o sistema de combate de submarinos.

Outra ação em curso da Amazul é o desenvolvimento do projeto para a implantação de centros de irradiação industrial no Brasil, notadamente na área de alimentos. A técnica, usada para reduzir as perdas naturais causadas por processos fisiológicos (brotamento, maturação e envelhecimento), pode ampliar ainda mais o potencial agrícola do nosso país. O Brasil é atualmente o 3º maior produtor de frutas do mundo, mas apenas o 23º maior exportador.

A Amazul é totalmente dependente do Tesouro e atua num setor considerado pela Constituição Federal como monopólio da União. “Mas a empresa possui enormes ativos intangíveis, participa de programas estratégicos de longo prazo e tem como visão entregar à Nação conhecimento, tecnologias e pessoal capacitado nas áreas nuclear e de desenvolvimento de submarinos“, destacou o diretor-presidente da companhia, Antonio Carlos Soares Guerreiro (foto).

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