BARRIL ABAIXO DOS US$ 40 NÃO É VIÁVEL PARA AS ECONOMIAS DE RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA, APONTA IBP

opepOs olhos do setor mundial de óleo e gás estarão voltados hoje (9) para aquela que promete ser a reunião mais importante do ano para o mercado. Nesta quinta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia farão uma conferência virtual para tentar chegar a um novo acordo sobre corte de produção. O acerto entre os lados parece ser impreterível e um novo estudo publicado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) reforça essa tese. O documento destaca que tanto a Rússia quanto a Arábia Saudita (que lidera a OPEP) dependem do setor de petróleo para assegurar o equilíbrio fiscal de suas economias.

Por isso, ambos os países devem novamente tentar encontrar um consenso, já que os atuais patamares do preço do barril, abaixo dos US$ 40, serão pouco sustentáveis no longo prazo. Ontem, o barril Brent fechou o dia por volta de US$ 33,62, enquanto o WTI tinha cotação de cerca de US$ 26,30. Mas o cenário de desvalorização do petróleo não é apenas uma dor de cabeça para árabes e russos. O estudo do IBP também indica que os preços baixos também trazem dificuldades para os grandes plays de shale nos Estados Unidos, que “não são viáveis se o preço do petróleo permanecer por longo período abaixo de US$ 40 por barril”.

taqbela1O IBP usou projeções feitas por instituições financeiras para tentar traçar uma previsão de como será a cotação do barril Brent neste ano e no próximo. De acordo com o levantamento, em 2020 o valor do produto pode variar entre US$ 20 e US$ 43. Já em 2021, a recuperação seguiria lenta, com o preço do barril ficando entre US$ 44 e US$ 55, ainda distante da média de US$ 64 que foi registrada em 2019. O instituto também reforçou que a demanda pelo insumo será menor devido ao surto de Covid-19.

Nesse cenário, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) espera uma retração de 90 mil barris/dia na demanda global por petróleo para 2020, em comparação com 2019. Se confirmado, esse resultado representaria a primeira queda na variação anual da demanda desde 2009”, lembrou o estudo do IBP.

Para o Brasil, o instituto diz que o enfraquecimento do crescimento da China também impacta diretamente o mercado de petróleo brasileiro. A estimativa é que o país asiático tenha comprando 10% a menos petróleo e derivados em fevereiro em comparação com dados de 2018. Como se sabe, a China é o principal destino das exportações brasileiras de petróleo bruto. “A Agência Internacional de Energia estima que a demanda chinesa por petróleo seja 1,8 milhão de barris por dia inferior à de 2019 no primeiro quadrimestre de 2020”, destacou o estudo do IBP.

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