COSTA APONTA DIRETORES E PARTIDOS ENVOLVIDOS EM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS

Sergio-MachadoO ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa deu novos nomes e confirmou a participação de partidos no esquema de corrupção instalado na estatal. Em depoimento à Justiça do Paraná, ele citou quatro nomes de dentro da petroleira como participantes das negociações: os ex-diretores Nestor Cerveró e Jorge Zelada, da área internacional, Renato Duque, da área de serviços, e o presidente da Transpetro, Sergio Machado (foto). Além disso, apontou que o dinheiro era distribuído entre três partidos: PMDB, PP e PT. Todos os citados negam a participação.

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Basto, que também esteve presente na audiência com o juiz Sergio Moro, reiterou após a sessão que o dinheiro ia para os partidos, e negou a posição de Youssef como chefe do grupo.

“Ficou muito claro que meu cliente não era o chefe dessa quadrilha. Era um operador. Não havia possibilidade de isso funcionar sem os agentes políticos”, afirmou, alegando que o nome do líder do esquema não foi citado porque o juiz não permitiu a citação de políticos.

No depoimento, Costa confirmou a comissão de 3% sobre os contratos e detalhou a divisão dos recursos. Segundo ele, um terço ficava com o partido, um terço com ele e o restante com o doleiro. Ele afirmou ainda que as empresas eram obrigadas a participar do esquema, o que foi confirmado pelo advogado de Youssef.

“Quem não participasse estava sujeito até à quebra de contrato”, afirmou Antônio Basto.

TRANSPETRO

O ex-diretor fez acusações diretas ao atual presidente da Transpetro, Sergio Machado, afirmando que chegou a receber R$ 500 mil pessoalmente dele. A subsidiária da Petrobrás também passou a ser acusada de improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal  em Araraquara, onde foi apresentada uma ação contra Machado, o prefeito de Araçatuba, Cido Sério, nove empresas e mais 16 pessoas por fraude em licitação na compra de 20 embarcações.

De acordo com o MPF, houve direcionamento da licitação, voltada a comboios de transporte de etanol na hidrovia Tietê-Paraná, em contrato de R$ 432 milhões. Agora, o órgão pretende pedir investigação da Polícia Federal e o acesso aos documentos apreendidos com Costa, para saber se o esquema incluía também a Transpetro.

A empresa, por sua vez, afirma que não houve desvio de recursos, e nega veementemente as acusações contra Sergio Machado.

N.R.: Inicialmente, o nome do diretor corporativo da Petrobrás, José Eduardo Dutra, havia sido mencionado por investigadores como um dos citados por Paulo Roberto, mas depois foi esclarecido que Dutra fora citado apenas como um diretor indicado politicamente à Petrobrás e não como um dos envolvidos no esquema.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of