CRISE NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO LEVA ESTALEIRO ENSEADA A RENEGOCIAR SOCIEDADE

enseada brasilA Enseada Indústria Naval pode passar por um rearranjo de acionistas por conta das dificuldades financeiras da Sete Brasil, além dos efeitos diretos da Operação Lava-Jato. Atualmente, são sócias da empresa a Odebrecht, OAS, UTC e Kawaski, mas um novo sócio para fazer um aporte financeiro é estudado. Uma diluição, e até mesmo saída do projeto, por parte da OAS e UTC, também é ventilada.

Um empréstimo por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estimado no valor de R$ 8,8 bilhões, para a Sete Brasil, principal cliente da Enseada, é aguardado, dependendo dele para um avanço nas negociações societárias do estaleiro, que está sendo construído em Maragojipe, na Bahia.

A obra do estaleiro sofreu mudanças em seu cronograma. Enquanto a expectativa inicial era de conclusão das obras no começo de 2015, atualmente, apenas 82% do empreendimento está concluído. Para a construção, a empresa já assinou um contrato de R$ 1 bilhão para receber do Fundo da Marinha Mercante.

Entre dezembro e janeiro, mil funcionários foram demitidos das obras. Segundo a empresa, a medida foi tomada para readequar o efetivo após uma revisão do projeto. A Enseada confirmou que segue sua operação industrial para a fabricação de seis sondas de perfuração para exploração do pré-sal.

No estaleiro onde ocorreram as demissões serão produzidos seis navios-sonda, num valor total de US$ 4,8 bilhões. O primeiro navio que deveria ser entregue é o Ondina, previsto para 2016, enquanto a embarcação batizada de Comandatuba estava previsto para 2020. Dos seis navios, quatro serão operados pela Odebrecht Óleo e Gás, enquanto os outros dois pela Etesco/OAS.

Além da Sete Brasil, a Petrobrás é outra grande cliente da Enseada, que contratou a empresa para a conversão dos cascos de quatro FPSOs para uso no pré-sal da Bacia de Santos. Nesse caso, os pagamentos estão ocorrendo conforme programado. O investimento total feito pela estatal é de US$ 1,7 bilhão.

Um relatório recente da Fitch Ratings aponta que a Enseada precisa gastar mais de R$ 1,5 bilhão no pagamento de dívidas de curto prazo, ou seja, mais da metade do caixa da empresa na metade de 2014, quando estava em R$ 2,4 bilhões.

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