EX-PRESIDENTE DA ANDRADE GUTIERREZ DIZ TER DESVIADO PROPINAS PARA CAMPANHA DE DILMA

DilmaEsta quinta-feira (7) é o dia mundial da saúde, mas começou com muitas tosses e engasgos no Palácio do Planalto. Mal levantou o sol e a presidente Dilma Rousseff já se deparou com uma nova denúncia impactante sobre seu governo, que deve colocar ainda mais lenha na fogueira do impeachment na Câmara dos Deputados. Trata-se da acusação feita pelo ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, em delação premiada, contando que a empresa usou recursos desviados de contratos com a Petrobrás e com o setor elétrico para irrigar as campanhas de Dilma em 2010 e 2014, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com a publicação, as informações foram sistematizadas por ele em uma planilha apresentada à Procuradoria-Geral da República, que contou também com a participação do ex-executivo da Andrade Flávio Barra. O documento é um complemento aos depoimentos prestados em fevereiro para os acordos de delação, que ainda precisam do aval do Supremo Tribunal Federal para serem efetivados.

De acordo com o jornal, a Andrade doou R$ 20 milhões para a campanha de Dilma em 2014, mais R$ 5,1 milhões para o comitê da campanha presidencial dela em 2010, e um total de R$ 47,25 milhões para o diretório nacional do PT entre 2010 e 2014, sendo que as planilhas não deixam claro se as contribuições para Dilma foram feitas por meio do comitê ou do Diretório Nacional do PT. Desse montante, cerca de R$ 10 milhões usados diretamente para as campanhas de Dilma estavam vinculados à participação da empreiteira em contratos de obras públicas, segundo a Folha de São Paulo.

Nas delações, Azevedo afirmou que a propina utilizada para as doações eleitorais vieram de contratos da Andrade no Comperj, em Angra 3 e em Belo Monte, dizendo ainda que o ex-ministro Antonio Palocci era um dos elos de negociação. As acusações também miraram o ex-ministro Delfim Netto, a quem o executivo Flavio Barra acusou de ter recebido R$ 15 milhões em propinas relacionadas à construção da usina de Belo Monte, por meio de contratos fictícios com a empresa de um sobrinho de Delfim.

O PT negou as acusações, afirmando que “toda a arrecadação da campanha da presidenta de 2014 foi feita de acordo com a legislação eleitoral em vigor”, acrescentando que “a empresa fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário”. Os ex-ministros Palocci e Delfim também negaram as acusações, por meio de seus advogados. O primeiro disse que trata-se de uma “mentira deslavada”, enquanto o segundo pontou que “Delfim afirma que não forjou contratos fictícios e que os pagamentos recebidos por serviços efetivamente prestados às empresas do consórcio de Belo Monte foram feitos diretamente a ele, de forma absolutamente lícita”.

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