GÁS NATURAL PODE FICAR MAIS CARO NO BRASIL APÓS VENCIMENTO DE CONTRATO COM A BOLÍVIA

GASBOLO gás natural poderá ficar mais caro no Brasil com o vencimento do contrato de fornecimento firmado com a Bolívia. Com prazo que se encerra em 2019, o acordo com o país vizinho, nosso maior fornecedor atualmente, estabelece a compra de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A queda prevista na produção boliviana deve levar a um aumento no número de importações no continente, o que pode impactar diretamente a indústria brasileira, responsável pelo segundo maior consumo do combustível no país.

Análises recentes da Agência Internacional de Energia (AIE) apontam que a Bolívia não terá reservas suficientes para renovar um tratado comercial dessa dimensão. A produção de gás em território boliviano, segundo os estudos, deve começar a cair devido ao declínio natural de alguns campos, o que pode causar impactos na garantia de fornecimento a clientes do exterior. A tendência é de que o volume de importações cresça ao longo dos próximos anos para acompanhar o gradual crescimento do consumo.

O cenário poderá levar também a um aumento na demanda pelo gás nacional, processo que esbarra na falta de competitividade desse mercado no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o maior problema no país é a falta de clareza no processo de precificação do insumo. A entidade afirma ainda que o atual modelo para o uso do GNL, voltado à ativação de termelétricas quando não há geração hidrelétrica, impede que sejam previstos os níveis de consumo, o que dificulta a realização de acordos a longo prazo.

O preço médio do gás cobrado pelas distribuidoras da Petrobrás, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), fica em torno de US$ 11,07 por milhão de BTU. Por outro lado, o preço do insumo importado, na forma de gás natural liquefeito (GNL), é mantido em cerca de US$ 8,5 por milhão de BTU nas regiões Sul e Sudeste. O preço das exportações bolivianas ao Brasil varia entre US$ 3,7 a US$ 9,2 na mesma unidade.

De acordo com o diretor da Comgás, Carlos Eduardo Brescia, as distribuidoras já estão analisando alternativas para substituir o gás proveniente da Bolívia. Entre elas, estaria o desenvolvimento da Rota 4, nova rede de gasodutos que deve ligar a Bacia de Santos à costa paulista, garantindo o fornecimento para todo o estado. É estudada também uma ampliação da quantidade de plantas de regaseificação no país, de forma a facilitar a distribuição do GNL.

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