IMPASSE ENTRE BRASKEM E PETROBRÁS PODERÁ ATRASAR FÁBRICA NO RIO GRANDE DO SUL

Tomasz KalwatPetrobrás e Braskem encontram-se em novo impasse sobre o contrato de renovação de fornecimento de nafta. O imbróglio coloca em risco um projeto avaliado em R$ 380 milhões para ser instalado no Rio Grande do Sul. Idealizado pela Synthos, o empreendimento depende de butadieno para a produção de borracha sintética.

Previsto para entrar em operação em 2017 e gerar 120 empregos diretos, o projeto foi interrompido no fim de junho. À época, a Braskem deveria apresentar condições de viabilizar o fornecimento de matéria-prima no longo prazo, o que não ocorreu. O presidente da Synthos, Tomasz Kalwat (foto), disse que não há um prazo para recomeçar o empreendimento, mas alertou não poderá aguardar a solução por tempo indeterminado.

O investimento está sustentado por uma série de acordos formatados pela Synthos. A companhia já negociou, por exemplo, as condições de viabilidade do empreendimento com o governo gaúcho e com as futuras clientes Pirelli e Michelin. O aval da Braskem é o único entrave para o avanço do projeto. As negociações entre a Petrobrás e Braskem sobre o preço da nafta se arrastam desde 2013. Diante da dificuldade das duas empresas de chegar a um consenso, foi assinado em fevereiro um aditivo por um período de seis meses. O prazo se encerra nas próximas semanas.

A Petrobrás mantém a intenção de repassar à Braskem o custo decorrente das operações de importação de nafta, enquanto a petroquímica alega que a cadeia química não tem condições de absorver preços mais altos. Estima-se que o impacto sobre o preço seria de aproximadamente 5%, o suficiente para eliminar a margem de lucro de alguns participantes da cadeia química, sobretudo segmentos que enfrentam a concorrência da indústria americana abastecida pelo gás de xisto.

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