LUCRO LÍQUIDO DA PETROBRÁS TEVE QUEDA DE 33,8% ENQUANTO DESPESAS QUASE DOBRARAM EM 2023

petrobras-noiteA Petrobrás reportou no final da noite desta quinta-feira (7) os resultados financeiros consolidados do ano de 2023. Durante o período, a empresa registrou um lucro de R$ 124,6 bilhões, um valor que representa uma queda de 33,8% na comparação com o ano anterior (R$ 188,3 bilhões). Segundo a companhia, o resultado se deve à desvalorização do Brent (-18%) e às menores margens de derivados, embora parcialmente compensadas pelo aumento no volume de óleo exportado. A companhia citou ainda que foi impactada pelo aumento nas despesas operacionais, incluindo menores ganhos de capital decorrentes dos acordos de coparticipação nos campos de Sépia e Atapu, por maiores despesas com impairment, abandono e tributárias.

Olhando apenas para o quarto trimestre, a companhia registrou lucro líquido de R$ 31 bilhões, uma alta de 16,5% em relação ao trimestre anterior. O crescimento aconteceu principalmente pelo aumento das margens de derivados e dos volumes de óleo. Por outro lado, as despesas operacionais aumentaram, principalmente devido a maiores gastos com impairment e abandono de áreas. A petroleira destacou que alcançou o segundo maior EBITDA anual de sua história (US$ 52,4 bilhões), bem como o segundo maior nível de Fluxo de Caixa Operacional (US$ 43,2 bilhões).

A receita da empresa também diminuiu em 2023, chegando a R$ 511,9 bilhões durante o intervalo. Isso equivale a uma queda de 20,2% ante 2022. “O mercado global de petróleo e gás iniciou o ano de 2023 em declínio, influenciado por preocupações sobre a dinâmica econômica global e a retomada do consumo de petróleo na China. Durante o primeiro semestre de 2023, foram observadas interrupções na oferta de petróleo, juntamente com cortes voluntários da OPEP+. A partir do terceiro trimestre de 2023, apesar das preocupações econômicas persistentes, os preços do petróleo apresentaram uma recuperação devido às restrições na oferta e à robustez da demanda”, explicou a estatal.

No quarto trimestre do ano passado, apesar dos menores volumes de vendas no mercado interno, impactados pela sazonalidade do diesel, cuja demanda é usualmente mais elevada no terceiro trimestre, houve crescimento nas receitas em comparação com o terceiro tri, o que pode ser explicado pelos maiores preços médios de derivados praticados durante o último trimestre de 2023. Ao todo, a receita da empresa entre outubro e dezembro totalizou R$ 134,2 bilhões, um avanço de 7,5% em relação aos R$ 124,8 bilhões registrados entre julho e setembro.

DESPESAS OPERACIONAIS QUASE DOBRARAM EM 2023 E INVESTIMENTOS SOBEM

fpso_almirante_barroso_buzios_1Em 2023 houve crescimento de 92,3% nas despesas operacionais em comparação com 2022, chegando a R$ 79,1 bilhões. A Petrobrás disse que isso se deve principalmente pelo aumento nas despesas tributárias, despesas com impairment e outras despesas operacionais. O crescimento das despesas gerais e administrativas decorre principalmente de maiores despesas com pessoal em face dos reajustes salariais e contratação de novos colaboradores e serviços de terceiros. As despesas exploratórias aumentaram em 2023 devido a maiores gastos com geologia e geofísica principalmente na Margem Equatorial e no Bloco Aram.

O aumento nas despesas tributárias é explicado pela vigência do imposto sobre exportação de petróleo de março a junho de 2023. As maiores despesas com impairment em 2023 refletem a atualização das premissas econômicas, bem como o portfólio de projetos e estimativas de volumes de reservas”, detalhou. “O aumento nas outras despesas operacionais em 2023 se deve principalmente a menores ganhos de capital referentes aos acordos de coparticipação nos campos de Sépia e Atapu e parcela adicional de 5% do Excedente da Cessão Onerosa (ECO) de Búzios ocorridos em 2022. Além desse fator, houve aumento nas despesas com abandono de áreas devido ao crescimento das provisões em campos devolvidos em 2023, principalmente na SEAL, BC e RNCE”, completou a empresa.

Nessa linha, a empresa disse que em 2023 os investimentos totalizaram US$ 12,7 bilhões, representando um aumento de 29% em relação a 2022, em decorrência, principalmente, de maiores gastos em grandes projetos do pré-sal, em especial nos novos sistemas de produção do campo de Búzios e na Revitalização do campo de Marlim, além de maiores investimentos em paradas programadas do refino.

O Capex realizado de 2023 foi 21% abaixo do planejado para o ano no PE 2023-27, em linha com a revisão de guidance anunciada em novembro de 2023, com influência dos seguintes fatores: postergação de atividades de poços por menor disponibilidade de sondas e materiais, o replanejamento de marcos dos projetos de novas unidades de produção; e postergação de poços exploratórios, por licenciamento ambiental”, afirmou a Petrobrás.

No final de 2023, a dívida bruta alcançou US$ 62,6 bilhões, um aumento de 16,4% em comparação com 2022, principalmente em função do aumento dos arrendamentos no período com a entrada em operação dos FPSOs afretados Anna Nery e Almirante Barroso, Anita Garibaldi e Sepetiba, que acrescentaram US$ 8,7 bilhões no passivo de arrendamentos da companhia em relação a 31 de dezembro de 2022. Por outro lado, a dívida financeira caiu 3,8%, em comparação com 31 de dezembro de 2022, atingindo US$ 28,8 bilhões ao final de 2023.

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