NOVAS ENCOMENDAS PARA LIBRA E SÉPIA PODEM ANIMAR 2016, APESAR DE PREVISÃO RUIM PARA O ANO QUE VEM

bonilha2As opiniões dos empresários se dividem quando são analisadas as possibilidades de 2016 e os impactos na economia. Reorganizar o mercado, adequar as empresas a uma nova realidade e o equilíbrio fiscal, cortando-se os gastos e não aumentando os impostos, é praticamente uma unanimidade entre os que opinam. Dentro do projeto Perpectivas 2016, que estamos realizando em conjunto com o mercado, ouvimos agora o Diretor Superintendente da EBSE, Marcelo Bonilha, uma jovem e forte liderança do mercado do Rio de Janeiro, Bruno Musso, superintendente da ONIP, profissional muito conhecido e respeitado por  todo segmento de petróleo&gás, e o empresário Fernando Lisboa, ex-presidente da ABEMI, que divide seus negócios entre Estados Unidos e o Brasil.

Veja a opinião de Marcelo Bonilha, diretor Superintendente da EBSE:

Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

?“Foi um ano muito complicado.  As empresas, em sua grande maioria, viveram do back-log existente do ano de 2014 e muitas pediram recuperação judicial, deixando de honrar seus compromissos com os credores e demitindo muitos funcionários.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

“A primeira coisa é acabar com a crise política para fazer o país ‘andar’. Há anos se fala da necessidade de reformas e nada foi feito. Infelizmente acho que teremos mais um ano sem essas reformas, porém é preciso equacionar a economia, fazer os ajustes que precisam, para se começar um novo ciclo de investimentos.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

?“Acho que continuará a ser um ano bem difícil, porém existe a esperança de que comecem alguns projetos, especificamente no setor de óleo e gás.  Se forem contratadas as plataformas de Libra e Sépia, será muito bom e dará um novo ânimo à indústria.”

bruno MussoO Superintendente da ONIP, Bruno Musso, defende uma reorganização como base  para termos boas colheitas em 2016:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“Foi um ano ruim, sem dúvida alguma. No entanto, as perspectivas são boas para o médio e longo prazos. O desafio é ‘arrumar a casa’, de forma a permitir maior competitividade à indústria local e, por consequência, aumento das compras e contratações no País.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

“A pergunta transcende o setor de petróleo. É preciso que as grandes reformas sejam feitas (tributária, política, previdenciária etc). A particularidade da indústria do petróleo em relação a outros segmentos é a sua dimensão e as possibilidades em termos de geração local de emprego e renda. O setor concentra ao menos 40% dos investimentos industriais esperados para os próximos anos e pode ser determinante para a retomada do crescimento. Neste sentido, um conjunto de 22 Instituições Associadas à ONIP trabalharam na elaboração do documento Agenda Mínima do Setor Petróleo, que representou um esforço inédito de construção de consenso sobre questões de alto impacto para o setor. Dentre elas, acho que merecem destaque a proposta de revisão da questão do operador único para o pré-sal, o que possibilitaria mais investimentos, e maior demanda para a indústria.

Outro ponto importante, e claramente destacado no documento, é a necessidade de introdução de uma política industrial específica para o setor. É preciso conferir à indústria brasileira as condições necessárias para que possa se apropriar, o máximo possível e de forma competitiva, das encomendas geradas a partir dos empreendimentos em exploração e produção.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“Depende muito do segmento em questão. Mas, para a maior parte dos nossos associados, teremos um ano ainda ruim. As avaliações mais convergentes apontam meados de 2017 como prazo para inversão da curva de queda.”

FERNANDOFernando Lisboa, que já presidiu a ABEMI, é um profissional de larga experiência e divide seu tempo e negócios entre Houston, capital mundial do petróleo, e o Brasil. Suas opiniões trazem amarrada a marca de quem conhece o mercado com profundidade:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“Não há nenhuma dúvida que a desorganização, provocada por um modelo errado de governo, na Petrobrás e Eletrobrás, tiveram sérias consequências no investimento este ano. Os setores de Transporte e Logística, por falta de um modelo adequado que trouxesse um retorno razoável ao investidor, também não avançaram.

Some-se a isto a crise política, a operação Lava Jato e outras no setor de Infraestrutura, que, embora meritórias e que a médio e longo prazo vão trazer benefícios ao País, complementam um quadro de perplexidade, e que, sem o entendimento entre o Executivo e o Legislativo, paralisaram praticamente o setor.

A crise externa também afetou negativamente, mas o problema maior foi o interno, com o desgoverno, a excessiva interferência estatal e a irresponsabilidade das ações na economia, a chamada Nova Matriz Econômica.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

“Seria muita petulância querer em poucas linhas solucionar os graves problemas do País, mas vou procurar destacar alguns pontos que considero fundamentais. Em primeiro lugar, não vejo solução para o Brasil que não passe pelo equilíbrio fiscal, mas não via aumento de impostos, e sim redução de despesas. Se o orçamento está engessado, temos que enfrentar no Congresso as reformas necessárias. A grande ação tomada no Governo FHC foi estabelecer a Lei de Responsabilidade Fiscal, que este desgoverno tudo fez para não seguir. Outras ações necessárias: mínima interferência estatal na economia; Reativar as Agências Reguladoras; Corte de Ministérios; Combate sistemático à corrupção; Liberdade de Imprensa falada, escrita e televisiva; Estabilidade Política e Econômica criando novamente ambiente propício à atração de Investimentos. ”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país  atravessa ?

“Minha perspectiva é pessimista, com impeachment ou sem. O estrago feito nos últimos 8 anos na economia vai levar um tempo para ser recuperado. A instabilidade política possivelmente não terá solução de curto prazo e não temos neste momento condições de antever que rumo político vamos seguir. A perda da condição de  “investment grade” aumentará o custo do dinheiro e a atratividade para novos investimentos. Assim devemos ter inflação entre 6.5% e 7%, e mais uma vez crescimento negativo do PIB entre 1.5% e 2.5%.”

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PLINIO DE CARLI
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PLINIO DE CARLI

E a republiqueta das bananas continua afundnado celeremente em diração ao fundo do poço sem fundo !!