PETROBRÁS E MERCADO SOFREM COM PEDIDOS DE ADITIVOS EM CONTRATOS

As empresas fornecedoras da Petrobrás vão precisar entender e praticar uma nova filosofia de atuação. Seja ela epecista ou simples fornecedora de produtos e serviços. Direta ou indiretamente. Desde o dia 18 de janeiro deste ano, a estatal mudou a forma de atender aos pleitos das empresas que trabalham para ela. É uma nova gestão que, até agora, só está atendendo à própria Petrobrás e causando inúmeros contratempos para toda a cadeia de fornecimento do petróleo e gás.

As consequências desta queda de braço estão se refletindo diretamente no andamento das obras, que enfrentam alguns atrasos em seus cronogramas. Anteriormente, os fiscais e os gerentes das obras aprovavam as modificações dos projetos, os pleitos financeiros eram submetidos ao jurídico e ao financeiro para que houvesse os pagamentos.

A própria estatal via algumas distorções neste método e, por orientação da própria presidente Graça Foster, segundo ela mesma disse em entrevista a jornalistas, houve mudança nos métodos. Na gestão desses pagamentos. Se a Petrobrás atrasa esses pagamentos, toda cadeia de fornecimento sofre. Aumentou sobremaneira o número de protestos contra as empresas epecistas no registro do Serasa e algumas delas entraram em grave crise, até mesmo chegando a pedir recuperação judicial ou quebrando.

A presidente Graça Foster nega que a Petrobrás esteja devendo a alguém. Tecnicamente, ela está certa. É um sofisma, porque há os pleitos. Mas a empresa estatal só paga depois de seu reconhecimento. No entanto, para que isso ocorra, há um longo percurso. Desde o dia 18 de janeiro deste ano, os pleitos percorrem o seguinte caminho:

1-    Aprovação de mudança no escopo que seja significativa ou que vá impactar no preço final da obra precisa ser aprovada pelo diretor de cada área. Não há prazo definido para isso;

2-    Pequenas mudanças: aprovação dos fiscais, aprovação dos gerentes das obras, aprovação do Departamento Jurídico, do Departamento Financeiro, aprovação pelo diretor da área, em conjunto com uma comissão. Com isso, a empresas não veem a cor do dinheiro de alguns pleitos desde o ano passado.

A presidente Graça Foster, no entanto, também está certa quando indica que muitas empresas não se preparam corretamente para realizarem os projetos ou mesmo que não conseguem cumprir seus compromissos nas várias obras simultâneas que eventualmente assumem.

Seja o que for,  a situação requer mudanças dos dois lados. O que está havendo é um forçado processo seletivo em que só sobreviverão as empresas grandes com capacidade técnico-financeira. Neste caso, a porta para as gigantes estrangeiras, em detrimento das empresas nacionais, está sendo aberta perigosamente. Ninguém sabe ao certo, mas estes  pleitos acumulados, até onde se está a par, passam da casa dos dígitos de bilhão de reais. Segundo Foster, esta informação ela sabe muito bem: “tenho esse valor exato, mas eu não devo falar”, disse, em entrevista coletiva na última semana.

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jorge luiz mendes
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jorge luiz mendes

Isto é a consequência do processo de desmonte das empresas de engenharia consultiva, juntamente com a extinção do setor de engenharia de obras da Petrobras. A Petrobras iniciou uma política de contratos prevendo fornecimento de projeto e mão de obra, empreiteiras com tradição de montagem de uma hora para outra se viram obrigadas a ter que fazer projeto. A Petrobras por sua vez acabou com seu precioso quadro de petroleiros experientes tocadores de obras e com grande bagagem técnica. O resultado disto são projetos mal feitos, inacabados, pressionados por prazos inexequíveis, fiscalizados por profissionais contratados que ao cabo da obra… Read more »