PETROBRÁS FARÁ ESTUDOS PARA DESCARBONIZAR OPERAÇÕES DA LUBNOR, NO CEARÁ

Diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França da SilvaA Petrobrás anunciou que fará estudos para realizar investimentos com o objetivo de descarbonizar a refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza (CE). O objetivo é a neutralização total das emissões absolutas da refinaria. Além disso, a petroleira quer substituir o gás natural utilizado atualmente pela Lubnor na geração de energia por biometano – que também será usado para produzir hidrogênio. Segundo as contas da Petrobrás, o uso de biometano deve diminuir em 100% as emissões diretas de gás carbônico da refinaria (atualmente em 60 mil toneladas por ano).

A Lubnor também expandirá seu portfólio para incluir o Biobunker, um combustível marítimo com componentes renováveis, e o CAP Pro, um tipo de asfalto com menor impacto ambiental durante a aplicação. Além disso, adotará energia elétrica proveniente de fontes renováveis em suas operações, o que resultará na neutralização completa de suas emissões indiretas de dióxido de carbono.

A Petrobrás está avaliando ainda a possibilidade de adicionar novos produtos para formar uma linha mais sustentável, incluindo lubrificantes naftênicos fabricados com hidrogênio de baixo teor de carbono, querosene de aviação com componentes renováveis ou de baixo teor de carbono, bem como combustíveis diesel do tipo S10 RX – com baixo teor de enxofre e conteúdo renovável em sua formulação.

Gerente de Tecnologia de Refino e Gestão de Ativos da Petrobras, Rodrigo AbramofConforme explicou o gerente de Tecnologia de Refino e Gestão de Ativos da Petrobras, Rodrigo Abramof (foto à direita), as iniciativas em estudo passariam pela adequação e até mesmo ampliação da planta industrial da Lubnor. “Preparamos um conjunto de medidas, e elas passarão a integrar o Plano Diretor da refinaria”. Se implementadas, essas iniciativas e as que já estão em andamento irão elevar de 60% para 80% o perfil de produtos da refinaria com características de fixação de carbono. A presença de conteúdo renovável, que hoje não integra os produtos da refinaria, poderá chegar a cerca de 10%.

O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobrás, William França (foto principal), destacou que o Plano Diretor Lubnor Carbono Neutro se une a outras iniciativas que, juntas, consolidam o compromisso da companhia com a sociedade. “Nossa ideia é ampliar e valorizar o refino”, disse. Ele ressaltou a importância da inovação em questões como a transição energética. “Não podemos prescindir do tripé Empresa, Estado e Universidade”, afirmou.

A Lubnor tem capacidade de processamento de 10 mil barris por dia de petróleo e atende a cerca de 12% do mercado nacional de asfaltos. A planta é a única produtora no país de óleos lubrificantes naftênicos e atua como polo logístico de combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha) da Petrobras no Ceará. Em sua carteira, o produto predominante é o asfalto (48% do total), seguido de bunker e óleo combustível (34%), lubrificantes naftênicos (12%) e diesel marítimo (6%).

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