PROTESTOS DOS AGRICULTORES SE ESPALHAM PELA EUROPA, AFETANDO A ECONOMIA E PONDO EM RISCO O ACORDO ENTRE A UNIÃO EUROPEIA E O MERCOSUL

PROTESTOSOs protestos dos agricultores parecem ser incontroláveis e se espalham por vários países da Europa colocando em grave risco o abastecimento de supermercados e indústrias vitais. Entre as suas reivindicações estão a melhoria dos rendimentos dos agricultores, preços justos à produção, escoamento dos produtos com incentivos aos circuitos curtos de produção e o fim das negociações dos acordos entre a União Europeia e o Mercosul. Os agricultores temem as importações de produtos agrícolas, principalmente do Brasil.  Rodovias, principais artérias de tráfego de caminhões que transportam todo tipo de produção, estão fechadas em vários países, como França, Bélgica e Alemanha. E agora com adesão de agricultores de Portugal e Espanha, que vão aderir aos protestos. Os agricultores usam tratores e caminhões para fechar as estradas. Os governos vivem um drama nesta negociação: Aumentar os subsídios, enfrentar o desabastecimento e a paralisação das indústrias e também o risco de aumentar a inflação. A crise no Mar Vermelho e o fornecimento de petróleo, também afeta a Europa que vive um grande problema de difícil solução.

MACRONO presidente da França, Emmanuel Macron, esteve em conversações ontem (30) em Bruxelas, na sede da Comunidade Europeia, mas nenhuma decisão foi tomada. O drama de interrupção do fornecimento de produtos pelas interrupções das rodovias permanece. A Confederação Nacional de Agricultores (CNA) vai promover iniciativas regionais de protesto, incluindo marchas e manifestações, pela melhoria dos rendimentos do setor, além de promover vários bloqueios de estradas em diversos países europeus. Numa nota publicada na terça-feira na sua página da Internet, a CNA  diz estar a fazer um “caderno de reclamações com medidas” que possam ser implementadas pelos  governos.

TRATORESOs agricultores reclamam igualmente da regulação do mercado (incluindo os fatores de produção) com medidas que protejam agricultores e consumidores e o fim dos “tratados de livre comércio” e da concorrência do agronegócio internacional, que consideram desleal,  com produtos oriundos de países até mesmo  da União Europeia, que não têm de cumprir as mesmas regras sociais e ambientais:  “A concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, maior justiça na distribuição das ajudas, definição de limites máximos por exploração, reversão dos cortes nas ajudas dos pequenos e médios agricultores e atribuição das ajudas só a quem produz”, são outras das reivindicações.

NOVO PROTESTOAlém de Portugal, agora as três principais organizações agrícolas espanholas anunciaram a adesão ao movimento de protesto dos agricultores europeus com uma série de mobilizações em todo o país durante as próximas semanas. A CNA portuguesa destaca num comunicado que os protestos dos agricultores em toda a Europa têm contextos e realidades diferentes, mas em todos eles existe um ponto comum: o rendimento dos agricultores, ou seja, o dinheiro que no final da campanha fica para os agricultores. A CNA adianta ainda que as reclamações e reivindicações dos agricultores vão estar em cima da mesa hoje(31) em Bruxelas com a Representação Permanente de Portugal Junto da União Europeia (REPER) e na quinta-feira na mesa-redonda “PAC em Português”, promovida pela Confederação com os deputados portugueses ao Parlamento Europeu. Amanhã (1º)  vai acontecer um encontro entre os líderes da União Europeia.

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