DEMISSÕES NO ESTALEIRO ENSEADA ATINGIRÃO MIL TRABALHADORES ATÉ O FIM DO MÊS

Estaleiro Enseada do ParaguaçuA situação não está fácil para ninguém no mercado de óleo e gás brasileiro e as demissões vêm aumentando em várias obras. No estaleiro Enseada do Paraguaçu, na Bahia, já foram demitidos 470 trabalhadores nos últimos dias e a empresa Enseada Indústria Naval, dona do empreendimento, estima que o total de dispensas deverá chegar a mil pessoas até o fim de dezembro. O problema é fruto de atrasos de pagamentos por parte da Sete Brasil, que encomendou seis sondas de perfuração para o Enseada, a serem utilizadas no pré-sal.

As dívidas da Sete com o estaleiro já chegam a cerca de R$ 200 milhões, segundo fontes ligadas aos projetos, mas nenhuma das empresas se pronuncia oficialmente sobre os valores. Para tentar resolver as pendências mais urgentes, a Sete vem buscando novos empréstimos com o BNDES, o UK Export Finance, da Inglaterra, e o Banco do Brasil, mas até agora nenhum foi assinado.

Em nota, a Sete Brasil informou que “está concentrando esforços para equacionar os pagamentos e, ressalta também, que a crise atual no setor impôs dificuldades ao plano de financiamento da companhia”.

Com investimentos avaliados em cerca de R$ 2,7 bilhões, o estaleiro, instalado na cidade de Maragojipe, no Recôncavo Baiano, chegou a gerar 7 mil empregos diretos no pico das obras, segundo a própria Enseada Indústria Naval. No entanto, hoje, já com mais de 80% das obras concluídas, restaram cerca de 2,7 mil trabalhadores nos canteiros, além de outros mil trabalhando na fase industrial do projeto.

A empresa não fala dos problemas com a Sete Brasil, mas reconhece que precisou realizar as demissões:

“Diante do atual cenário do país, com impacto direto na indústria naval brasileira, a Enseada Indústria Naval, de forma responsável e preventiva, orientou o CEP [Consórcio Estaleiro Paraguaçu] a readequar o planejamento da obra com o consequente ajuste do seu efetivo. A medida foi iniciada no último dia 9, quando 470 integrantes do CEP foram desligados. O número potencial pode atingir 1.000 trabalhadores diretos ainda no mês de dezembro. Reforçamos que todos os compromissos trabalhistas estão assegurados pelo CEP. A previsão de término da obra permanece inalterada, devendo ocorrer até dezembro de 2015”, afirma a nota, assinada pelo Diretor de Relações Institucionais e de Sustentabilidade, Humberto Rangel.

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