EX-DIRETOR DA PETROBRÁS CONFIRMA INTERESSE EM COMPRA DA ECOGLOBAL

Paulo Roberto CostaEm depoimento ao Senado, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa (foto) confirmou que tinha interesse em comprar a Ecoglobal, em parceria com mais três sócios, incluindo o doleiro Alberto Yousseff. Ele disse que o valor oferecido foi cerca de R$ 18 milhões, apesar de a empresa ter um contrato de R$ 443 milhões com a Petrobrás. “Ter um contrato de R$ 443 milhões não quer dizer absolutamente nada, porque a empresa precisa comprar equipamentos, fazer investimentos e pode até ter prejuízo ao final do contrato”, afirmou.

De acordo com a polícia, Costa ajudou a Ecoglobal a obter o contrato com a Petrobrás, para, juntamente com Yousseff, comprar 75% de participação na empresa. O dono da empresa, Vladimir Magalhães da Silveira, confirmou a proposta do doleiro e do ex-diretor para vender a empresa, mas negou que tenha fechado negócio e disse que chegou a ser intimidado pelos interessados na compra.

Na primeira entrevista concedida desde que foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa negou que tivesse havido propinas na construção da refinaria Abreu e Lima. Ele disse que os custos extrapolaram por terem sido mal calculados. “A Petrobrás pegou uma refinaria no Golfo do México e falou: quanto custa o preço por barril para fazer uma refinaria lá? Essa é uma conta de padeiro. As condições aqui são muito diferentes das do Golfo do México. Divulgou o valor de US$ 2,5 bilhões sem saber quanto a refinaria iria custar, sem ter um projeto”, declarou na época.

Costa admitiu que conheceu Youssef, a quem prestou serviço de consultoria sobre ser ou não vantajosa a compra da Ecoglobal, que estaria prestes a assinar contrato com a Petrobrás. Como forma de pagamento, Costa recebeu um veículo Land Rover. “Como eu estava procurando um carro novo, aceitei. Mas foi para pagar pela consultoria”, disse.

SAÍDA DA PETROBRÁS E NOVA DIRETORIA DE ABASTECIMENTO

O ex-diretor ainda deu novas informações sobre sua saída da estatal, contando ter sido informado da demissão pelo ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, e voltou a defender seu período à frente da área de abastecimento, ressaltando que o escolhido para seu lugar, José Carlos Cosenza, era seu principal gerente anteriormente e estava a par de todo o trabalho de sua equipe.

Costa se defendeu novamente das acusações, questionando que, se ele tivesse feito coisas erradas, não teriam colocado em seu lugar a pessoa que já fazia parte de sua equipe como o principal gerente.

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